O ator, de 36 anos, lembrou uma das fases mais difíceis da sua vida, nomeadamente, quando contraiu uma grave infeção na perna há quatro anos, o que o obrigou a uma longa recuperação de um ano, tendo sido os dois primeiros meses passados no hospital.
"Nas duas primeiras semanas fui proibido de aceder a telemóveis, a revistas, até por exemplo a televisão. Se estava a dar um programa da manhã, os enfermeiros vinham logo lá desligar, porque ficavam com medo que se falasse alguma coisa de mim e aquilo tivesse repercussões no meu ânimo", recorda.
"Durante esses dois meses não vi absolutamente nada do que foi escrito e do que foi dito. Só quando saí do hospital e aconteceu uma coisa caricata, curiosa. Foi como se eu assistisse ao meu funeral digitalmente", reflete.
"Quando uma pessoa falece, muitas pessoas escrevem uma boa experiência que tiveram com essa pessoa. A notícia da minha morte apareceu, eventualmente, no período em que estive internado. Quando saí pude ver essas mensagens, esses pêsames. Foi como se eu assistisse ao meu funeral digital e como se eu tivesse um spoiler do que vai acontecer quando, de facto, morrer", acrescenta.
O artista lamenta ainda a forma como foi julgado nessa época. "Sentir que quase 15 anos de carreira foram reduzidos a um ato é de um desalento enorme. Ver como isso foi aproveitado de forma escabrosa. Foi muito impactante, muito violento, senti-me massacrado. Não era de todo a atenção que eu queria para mim", nota.
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