A Câmara Municipal de São Paulo em sessão plenária decidiu nesta terça-feira, 19, que o vereador Camilo Cristófaro (Avante) seja cassado por falas racistas. Foram registrados 47 posicionamentos a favor da perda do cargo, nenhum contrário e cinco abstenções. O parlamentar respondia processo desde maio de 2022, quando em uma reunião da CPI (Comissão Parlamentar de inquérito) dos Aplicativos, Cristófaro, que participava das discussões de maneira remota, deixou vazar um áudio: "Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?". Após esta declaração, representações foram elaboradas pedindo a punição ao vereador. A Corregedoria aceitou os pedidos e começou a apuração e a análise do caso. Um ano depois, em maio de 2023, o plenário aprovou a admissibilidade do caso e o processo avançou nos trâmites da Câmara. Conforme o regimento interno, a denunciante, vereadora Luana Alves (Psol), e o acusado, Camilo Cristófaro, não têm direito a voto.
O relatório foi votado nominalmente pelos parlamentares e seguiu a ordem alfabética. A votação exigiu quórum com maioria absoluta. Sendo assim, para a cassação era necessário 37 votos favoráveis dos 55 votos possíveis. Trata-se do primeiro caso de cassação por ato racista na Câmara de Vereados da capital paulista. Após 24 anos, um terceiro vereador é cassado na história do parlamento paulistano. Os outros dois casos ocorreram em 1999, quando o ex-vereador Vicente Viscome e a ex-vereadora Maeli Vergniano foram cassados por envolvimento na Máfia dos Fiscais, que cobrava na época propina de comerciantes e ambulantes da cidade. Camilo Cristófaro, de 62 anos, estava no seu segundo mandato na Câmara de Vereadores paulistana. Ele foi eleito pela primeira vez em 2016, e reeleito em 2020.
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