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MIS celebra carreira de Tina Turner com exposição fotográfica em SP

Em 1988, o Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, reuniu um dos seus maiores públicos.


Tina Turner no MIS, por Rovena Rosa/Agência Brasil

"A exposição da Tina Turner é como uma oportunidade de você estar em um show dela. A maior parte das imagens foi feita no palco. E o palco é o espaço de criação dela, de liberdade. Foram feitas por fotógrafos do mundo da música e do mundo do rock que a acompanharam por um período muito grande. São fotos que trazem outras perspectivas, outras possibilidades e te deixam muito perto dessa mulher que é um ícone", afirmou Adriana Couto, uma das curadoras da exposição, em entrevista à Agência Brasil.

A mostra reúne fotografias históricas, conteúdos audiovisuais e instalações apresentando o início da carreira de Tina Turner, desde a década de 60 até o final dos anos 90. Nascida em 1939, no conservador estado do Tennessee, nos Estados Unidos, ela iniciou sua carreira em 1957, sob o nome de Little Ann, ao lado de Ike Turner, com quem foi casada entre 1962 e 1978.

O nome pelo qual ficaria mundialmente conhecida só surgiu em 1960, com o lançamento do single A Fool in Love. Mas somente 24 anos depois, já divorciada de uma relação extremamente abusiva com Ike Turner, é que Tina ganhou o seu primeiro Grammy.

Nichos

A mostra foi organizada em torno de quatro temas principais relacionados à vida de Tina: sua carreira musical, o poder feminino, sua participação no cinema e seu estilo único refletido nos figurinos e penteados emblemáticos.

"As imagens não foram separadas de forma cronológica. Elas foram separadas em nichos. Colocamos no poder feminino esse lugar de ver a Tina como um ser global, como uma mulher que tinha que romper muitas barreiras por ter vivido naquela época. Sendo uma mulher negra, nascida em 1939, ela viveu toda a sua juventude dentro da segregação racial americana. Então, aqui vemos o poder dessa mulher em transformar essas realidades", disse a curadora.

"Temos também muitas fotos de performances em shows. A carreira dela começou com o Ike Turner. Depois da separação, ela seguiu carreira solo e, nessa carreira, ela alcançou o estrelato, já aos 44 anos. Hoje falamos em etarismo e a Tina Turner conseguiu romper isso sem ter feito a discussão, mas trazendo o tema para os dias atuais. E em relação à violência doméstica, ela conseguiu falar sobre isso em 1981, quando ninguém falava", explicou Adriana.

Tina Turner: uma viagem para o futuro. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Em um dos espaços produzidos especialmente para a mostra, é possível assistir à apresentação histórica de Tina Turner no Maracanã. "Temos uma tela de led gigante com muitos momentos da Tina em shows para as pessoas se sentirem no palco. E, para finalizar, temos a chance de ver, em uma tela maior, o show que ela fez no Brasil, em 1988, no Rio de Janeiro, que foi recorde de público. É o recorde, ainda hoje, de uma artista solo mulher, com mais de 188 mil pagantes."

A exposição traz também fotos de bastidores, com Tina ao lado de figuras emblemáticas do mundo musical como David Bowie, Mick Jagger e Keith Richards. Em um outro nicho, são apresentadas fotos de sua vida pessoal. "Tem uma outra possibilidade na exposição que é chegar mais perto da Tina na vida íntima, que é algo muito difícil, porque ela sempre esteve em cima do palco. Aqui na exposição há imagens da Tina fora do palco em momentos da família", disse Adriana.

Para os visitantes que queiram se sentir um pouco como a cantora, o MIS produziu um espaço onde será possível vestir uma peruca e usar um microfone para imitar a estrela do rock.

"Tina Turner tem algumas marcas que fazem dela quem é. No segundo momento da carreira, nos anos 80, ela deixou de usar o cabelo totalmente solto e comprido, para repicá-lo. Esse é um dos cabelos mais icônicos mundialmente. Ela sempre foi uma mulher que estava no palco dançando e, no início de sua carreira, ela tinha que pensar em suas roupas. Ela desenhava e costurava suas roupas, costurava as perucas, fazia as coreografias, se maquiava. Depois, ela foi tendo mais ajuda, mas você começa a perceber que ela é uma mulher que tomou conta de sua própria imagem. Ela sabe que a imagem é um poder. A partir da imagem que ela projeta, ela pode exalar potência."

A entrada no MIS é gratuita às terças-feiras. Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no site do evento.

Agencia Brasil

Geral MIS Tina Turner Exposição Fotográfica SP

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