Javier Milei iniciou às 21h56 seu primeiro discurso como presidente eleito da Argentina. Questionado por um apoiador se ele realmente é o presidente do país, respondeu, bem-humorado: “Parece que sim”. Entre gritos de “liberdade” e “presidente”, o ultraliberal não se mostrou tão incendiário como na maior parte da campanha, mas declarou que “hoje começa o fim da decadência argentina”. Além disso, agradeceu aos fiscais que contaram os votos e os “gestos patriotas” de Patricia Bullrich, candidata de centro-direita que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, e do ex-presidente Mauricio Macri, maior aliado dela. “Hoje começamos a virar a página. Hoje termina o modelo do Estado onipresente e empobrecedor”, disse o ultraliberal, em claro recado aos peronistas derrotados. Alberto Fernández, que em 10 de dezembro passará a faixa para Milei, apoiou seu ministro da Economia, Sergio Massa. Com 95,84% das urnas apuradas, o vencedor soma 55,78% dos votos contra 44,21% do seu adversário.
Milei declarou que “a Argentina tem futuro, esse futuro existe e é liberal” e declarou que, se seguir neste caminho, o país será “novamente uma potência mundial” em 35 anos. “Sabemos que tem gente que vai resistir, tem gente que quer manter esse sistema de privilégios para alguns e isso empobrece a maioria dos argentinos. A todos quero dizer que está tudo dentro da lei, nada está fora da lei”, disse o presidente eleito. “Seremos implacáveis com aqueles que querem usar a força para defender os seus privilégios. Queremos pedir ao governo que seja responsável, que compreenda que chegou uma nova Argentina e que aja em conformidade. Que assuma a sua responsabilidade até ao final do mandato do dia 10 do dia 12. Assim, uma vez terminado o mandato, podemos transformar esta realidade tão trágica para milhões de argentinos […] Chega de modelo de casta empobrecedor.”
O vencedor da noite destacou diversas vezes o fato de Argentina eleger “o primeiro presidente liberal libertário da humanidade”. “Obrigado a quem tornou isso possível”, agradeceu. Foram dois discursos, um no Hotel Libertador e outro, mais incisivo, em cima de um trio elétrico. Em ambos, ele encerrou sua fala aos gritos de “viva a liberdade, car**ho”, para delírios dos milhares de apoiadores que fizeram questão de ver o primeiro discurso de um libertário eleito. No fim, desceu do trio e foi carregado pela multidão esperançosa de que a Argentina finalmente virará a página e conseguirá sair de sua crise econômica.
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