O presidente da Rússia, Vladimir Putin, endossou, durante reunião virtual extraordinária do BRICS, realizada nesta terça-feira, 21, a fala do líder brasileiro, Lula, sobre a guerra no Oriente Médio. “Concordo com meu colega brasileiro. É importante evitar que outros estados sejam arrastados para a guerra e qualquer expansão do conflito”, disse o russo. Lula havia declarado que a guerra entre Israel e Hamas, que acontece desde o dia 7 de outubro, acontece devido à ausência de um lar seguro para o povo palestino. “Não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustração e injustiça. É fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino”, disse o petista.
Putin, que concordou com o líder brasileiro e falou sobre a contenção do conflito para evitar a escalada, também abordou a necessidade de preservar a “frágil paz-religiosa”, e considerou útil manter a discussão no âmbito do BRICS sobre o desenrolar do confronto palestino-israelense, caso não existam objeções. “Queridos colegas, durante a próxima presidência russa, no próximo ano, iniciaremos contatos, inclusive via videoconferência, sobre essa questão”. Atualmente quem preside o grupo é a África do Sul. Em texto conjunto, os integrantes do grupo (África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia), pediram “uma trégua humanitária imediata e duradoura que leve ao fim das hostilidades” em Gaza, em um resumo da reunião virtual divulgado pela Presidência sul-africana. “Reiteramos nosso firme apoio aos esforços regionais e internacionais, visando a alcançar o fim imediato das hostilidades, a proteção dos civis e a prestação de ajuda humanitária”, acrescenta.
Antes da publicação do texto, o presidente chinês, Xi Jinping, havia solicitado um cessar-fogo imediato e a “libertação dos civis detidos” no conflito entre Israel e o Hamas. “Todas as partes no conflito devem cessar imediatamente o fogo e as hostilidades, acabar com toda a violência e ataques contra civis e libertar os detidos civis para evitar mais perdas de vidas humanas e mais sofrimento”, disse Xi, segundo declarações divulgadas pela agência estatal de notícias Xinhua. O líder chinês também propôs organizar, o quanto antes, uma “conferência internacional pela paz”, para tentar resolver o conflito. “Não pode haver paz nem segurança duradouras no Oriente Médio sem uma solução justa para a questão palestina”, frisou Xi.
Os líderes do grupo de economias emergentes do Brics participaram da reunião juntamente com os da Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes, países cuja adesão ao grupo foi aprovado em agosto, na cúpula do bloco realizado na cidade sul- africana de Joanesburgo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também estava listado para participar da reunião virtual.
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