Em meio as declarações de Javier Milei, presidente eleito na Argentina, que assume no dia 10 de dezembro, sobre o rompimento das relações com a China e o Brasil, o Ministério das Relações Exteriores chinês, mandou um alerta para o libertário, dizendo que seria um grande erro cortar os laços com “países tão grandes quanto Brasil e China”. À agência de notícias russa ‘Sputnik’, a, disse que nenhum país pode separar as relações diplomáticas do desenvolvimento da cooperação econômica e comercial. “A China é o segundo maior parceiro comercial da Argentina e o principal mercado de exportação de seus produtos agrícolas”, disse, Ning, acrescentando que os lados possuem “uma forte complementaridade econômica e um grande potencial de cooperação”.
Diana Mondino, assessora de política externa de Milei, havia dito que o governo do libertário deixara de intervir com os governos de Brasil e China. De acordo com a ‘Sputnik’, Mondino disse que “a relação com ambos os países – em referência à China e ao Brasil – será excelente como deve ser”, mas que “é preciso distinguir o que é o governo do que é o Estado”. Há dois anos, Milei garantiu que “não faria negócios com a China” e afirmou que o corte de relações com o gigante asiático “não seria uma tragédia macroeconômica”. Em agosto deste ano, a China aconselhou Milei a “visitar” o país e “observar”, depois que o candidato ultraliberal lamentou que as pessoas na China “não são livres”. Mesmo em meio a esses embates, na segunda-feira, 20, os chineses parabenizaram o presidente eleito e garantiu que ainda estava disposta a trabalhar com a Argentina para “continuar a amizade entre os dois países”.
Pequim e Buenos Aires mantiveram boas relações nos últimos anos: no ano passado, a Argentina aderiu às Novas Rotas da Seda, a principal iniciativa econômica internacional da China para consolidar sua influência por meio da infraestrutura, embora ainda não se saiba se continuará a fazer parte dela com o governo resultante da eleição de Milei. Por sua vez, a China tem investimentos na Argentina em áreas estratégicas como infraestrutura e mineração, bem como um acordo de “swap” pelo qual o país sul-americano paga à Argentina por suas exportações em yuans em vez de dólares. Da mesma forma, muitas empresas chinesas estão de olho no país sul-americano, especialmente no setor agrícola e em recursos naturais como o lítio, um material fundamental para a indústria chinesa de carros elétricos, do qual a Argentina é o quarto maior produtor do mundo.
*Com informações da EFE
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