O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conversou ao telefone neste sábado, 23, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para agradecer pelo seu posicionamento durante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O comunicado foi publicado pelo gabinete de Netanyahu, que afirma que "Israel prosseguirá com a guerra até que todos os seus objetivos sejam totalmente alcançados". Para analisar o contexto da guerra e as expectativas para 2024, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o professor de direito internacional, Manuel Furriela. O especialista aponta que o ano que vem pode levar o conflito entre Israel e Hamas a alguma espécie de pacificação: “Tivemos uma evolução em termos de acordos e conversas entre Israel e o Hamas, algo improvável no início do conflito (…) A partir do momento que Israel se organizou em uma grande intervenção na Faixa de Gaza e começou a controlar melhor o território, vieram essas conversas e negociações, que mesmo não tendo sido para o encaminhamento de pacificação efetivo, foi pelo menos o início de uma conversação que permitiu com que recursos chegassem à Faixa de Gaza, como alimentos e medicamentos, tudo o que é necessário para uma subsistência mínima da população civil”.
“No presente momento ainda não há um sinal de pacificação, mas eu aposto que em 2024 isso vai acabar acontecendo, já que Israel conseguiu avançar bastante nos seus objetivos militares, é isso que faz com que você tenha perspectivas de resolução”, analisou. Neste sábado, Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, solicitou ao ministro da Defesa da Israel, Yoav Gallant, que tome as medidas necessárias para evitar morte de civis na ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. As eleições estadunidenses acontecem no ano que vem e, segundo Furriela, a reeleição de Biden, ou o retorno de Donald Trump, não devem afetar a relação entre os EUA e Israel, mas pode mudar a postura do país sobre a guerra: “Se Joe Biden sair reeleito, apesar do apoio ser mantido a Israel, ainda haverá críticas, porque o governo americano foi muito reticente em relação à intervenção militar israelense na Faixa de Gaza, tendo grandes efeitos sobre os cidadãos, os civis que estavam lá (…) Eu acredito que se Donald Trump for eleito, além do apoio tradicional entre Estados, isso vai ser mais efetivo. Donald Trump vai aceitar e apoiar medidas mais ousadas por parte de Israel”.
O especialista ainda destaca que ainda existe a possibilidade de que a resolução do conflito se dê a partir do fortalecimento de grupos políticos democráticos e moderados em Gaza, o que possibilitaria o restabelecimento das negociações pelo Estado palestino. No entanto, Furriela ressalta que ainda é mais provável que Israel aumente seu controle sobre a região: “A paz no conflito só vem quando Israel se sentir satisfeito, em termos de controle sobre a região e em desmantelamento das raízes principais do Hamas. A partir do momento que isso aconteça, vem a pacificação (…) Um caminho que tentou construir a União Europeia e outros grupos que tentam um encaminhamento pacifista na região pode ser no futuro utilizado, que é consolidar as bases dos grupos políticos moderados de palestinos que estão alocados principalmente na Cisjordânia, região maior dos palestinos. Isso não é como Israel vê a questão. Vê muito mais do lado do controle do que propriamente a partir de algum termo dos próprios palestinos em consolidarem um governo que seja mais estável e desmobilize os ataques terroristas”.
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