Um dia após o grupo paramilitar russo Wagner ter afirmado que Bakhmut – epicentro dos conflitos na Ucrânia – ter sido “totalmente libertada”, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky desmentiu a informação neste domingo, 21. As tropas russas estão em Bakhmut, mas “a cidade não está ocupada”, declarou o presidente ucraniano durante a cúpula do G7 em Hiroshima, no Japão, à qual compareceu para obter apoio diplomático e ajuda militar. “Hoje estão em Bakhmut. Bakhmut não está ocupada pela Rússia hoje”, declarou Zelensky em entrevista coletiva, acrescentando que não há mais nada vivo na cidade. “Todos os edifícios estão destruídos […] Uma destruição absoluta e total”, disse. Durante os últimos meses, essa localidade se tornou o epicentro dos combates na guerra lançada pela Rússia em fevereiro de 2022. Por sua vez, o comandante das forças terrestres ucranianas, Oleksander Syrsky, informou que suas tropas apenas controlam uma parte “insignificante” de Bakhmut, mas que continuam “avançando” nos flancos ao norte e ao sul da cidade. A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, afirmou que as forças de Kiev haviam “cercado parcialmente” a cidade graças a seus avanços ao norte e ao sul da cidade, o que “dificulta a presença do inimigo” na localidade.
A tomada de Bakhmut, que nos últimos meses havia sido conquistada em 90% pelos russoms, foi reivindicada no sábado, 20, pelo chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que assegurou que passaria o controle da cidade ao Exército russo em 25 de maio. Neste domingo, Prigozhin insistiu em que Bakhmut foi tomada “até o último centímetro” dentro de suas “fronteiras legais”. “Não há um único soldado ucraniano em Bakhmut”, ressaltou. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, elogiou os combatentes do Grupo Wagner e o Exército russo pela “operação para libertar” Bakhmut e prometeu condecorar os militares que se destacaram na batalha, que começou em agosto de 2022. Se a captura de Bakhmut se confirmar, daria aos russos uma vitória-chave depois de uma série de derrotas humilhantes. Também ocorreria antes de uma grande contraofensiva que Kiev vem preparando há meses, com o armamento fornecido pelo Ocidente.
Durante a participação na cúpula do G7 Zelensky obteve a promessa de que os Estados Unidos fornecerão à Ucrânia mais munição, artilharia e veículos blindados, depois que Washington concordou com a entrega de aviões de combate F-16, que Kiev solicitava há tempos. Segundo Biden, o presidente ucraniano lhe “garantiu firmemente” que Kiev não atacará o território russo com esses aviões. Estima-se que Moscou e Kiev registraram perdas importantes em Bakhmut, uma cidade que antes da guerra tinha cerca de 70 mil habitantes e que está atualmente destruída em grande parte pelos combates.
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