O alerta foi feito nesta quarta-feira (18) pelo secretário do Departamento de Imunizações da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Daniel Jarovsky. Ao participar da 26ª Jornada Nacional de Imunizações, em Recife, ele lembrou que o rotavírus ainda responde como a principal causa de mortalidade na África e Ásia, sobretudo em países que não promovem a imunização. "Há um impacto extremamente importante da vacina em cenários de saúde pública", disse.
Jarovsy disse que estudos recentes indicam que bebês com até 42 dias de vida apresentam risco 2,5 vezes maior de complicações e hospitalizações pela doença, uma vez que podem ser expostos ao vírus, por exemplo, por meio de irmãos que já frequentam a escola, mas antes de atingirem a idade mínima para imunização. "A doença está sendo controlada na criança mais velha, enquanto os não vacinados se resumem aos menores de 2 meses".Em meio a um aumento de cerca de 40% nos nascimentos prematuros, surge ainda o que o pediatra se refere como "dilema" envolvendo a imunização contra o rotavírus em unidades de terapia intensiva (UTI) neonatais. "Prematuros e não vacinados passaram a ser os grandes alvos do rotavírus", reforçou. Como a vacina utiliza o vírus vivo atenuado, não há consenso entre os profissionais de saúde acerca da imunização nesse tipo de ambiente.
Segundo Jarovsky, pelo menos dois surtos de gastroenterocolite aguda causadas pelo rotavírus foram registrados em UTI neonatais do estado de São Paulo - um em 2023, com três casos, e outro este ano, com cinco casos da doença.
* A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
Agencia Brasil