Por trás do desabafo, está uma história de superação e união familiar dentro do esporte. A mãe de Caio, Gianette Bonfim, foi oito vezes campeã de marcha atlética. Alcançou o índice para participar das Olimpíadas de Atlanta, mas não conseguiu competir.
"Em 96 ela fez o índice para a Olimpíada de Atlanta. Faltando dois meses pros Jogos Olímpicos mudaram o índice. (...) Esse novo (índice) era pra não ir. A mulher que ganhou os jogos olímpicos não fez essa marca pra ir. Hoje isso não acontece. Os critérios são claros, falados com antecedência. (...) Naquela época as coisas não eram tão organizadas", disse Caio na entrevista.
O sonho que a mãe fosse para uma Olimpíada cresceu junto com Caio. Gianette se tornou sua treinadora e pôde, enfim, chegar ao pódio ao lado do filho."Quando eu fui pra Olimpíada de Londres, e fiz o índice, abraçamos um ao outro, a fala era essa: quem disse que você nunca foi pra um Jogos Olímpicos? Então, essa medalha tem muito peso por conta disso," explicou. Caio se classificou para as Olimpíadas de Londres em 2012, mas terminou a prova em 39º lugar.
Nascido em Sobradinho, no Distrito Federal, Caio nunca deixou suas raízes. É lá que ele mora e treina. A família também criou um clube de atletismo para levar o esporte a crianças da região.Hoje, o projeto social apoia cerca de 300 crianças em 4 polos no Distrito Federal. Já são 180 medalhas conquistadas em campeonatos Sul Americanos. Quem se destaca, é levado para os treinos de alto rendimento. Mas Caio acredita que as vitórias ultrapassam o desempenho nas pistas. "O esporte tem esse poder de transformação. De aprender a vencer, perder, de ter respeito ao colega, ao adversário, determinação, disciplina, estar em grupo, cuida da saúde dele, vai ocupando, vai dando valores. Às vezes o cara não vai pro alto rendimento, mas virou um cidadão."
Na infância, Caio Bonfim superou uma meningite bacteriana e uma síndrome que deixou suas pernas tortas. Com 2 anos e 8 meses, fez uma cirurgia e usou gesso nas pernas até o quadril. "Brinco que Deus me treinou desde cedo na Marcha Atlética, porque eu tinha que andar com a perna toda dura", brinca.
Sobre o programa
O programa Dando a Real com Leandro Demori, ou simplesmente "DR com Demori", traz personalidades para um papo mais íntimo e direto, na tela da TV Brasil. Já passaram pela mesa nomes como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; a deputada federal Erika Hilton; a cantora Zélia Duncan; e o fundador da banda Pink Floyd, Roger Waters.
O episódio inédito e exclusivo do DR com Demori vai ao ar hoje (1º), às 23h30, na TV Brasil e simultaneamente na Rádio MEC. A íntegra também fica disponível no Youtube da emissora e no aplicativo TV Brasil Play.
Agencia Brasil