Em diferentes locais do país, as pesquisas eleitorais acabaram errando "feio" ao apontar o favoritismo dos candidatos a prefeito. Um dos exemplos foi visto na capital do Piauí. Nos últimos levantamentos, realizados entre os dias 29 de setembro e 5 de outubro, praticamente todos os institutos mostravam que Fábio Novo (PT) estava à frente no pleito pela Prefeitura de Teresina. Algumas pesquisas demonstravam que o candidato do Partido dos Trabalhadores ia ter mais de 52% dos votos. Mas quem venceu a eleição no primeiro turno foi Silvio Mendes (União), com o total de 239.848 votos (52,19%). Fábio, terminou a disputa na segunda colocação, com 198.794 votos (43,26%). Portanto, os levantamentos apontavam uma situação oposta desse resultado, sem qualquer prospecção em que Silvio Mendes aparecesse com mais de 47% das intenções de voto.
Entrevistas domiciliares e presenciais, aplicação de questionário via internet, além de abordagem pessoal em pontos de fluxo populacional com aplicação de questionário estruturado, são algumas das metodologias usadas nas pesquisas para trazer panoramas sobre o que será refletido nas urnas. Mas as "margens de erro" ficam acentuadas em levantamentos realizados pelo país. De acordo com o senador e presidente nacional do Partido Progressista (PP), Ciro Nogueira, esse caso de "falha" em Teresina, onde Silvio Mendes foi eleito no primeiro turno, sendo que nenhum instituto trazia esse cenário, reforça que o tema precisa ser discutido. "Isso é a maior prova de que se faz necessária uma profunda investigação na picaretagem dos institutos de pesquisa. O que aconteceu em Teresina pode servir de exemplo para não se repetir no resto do Brasil", afirma o senador.
Conforme Ciro Nogueira, em cidades menores a situação fica ainda mais agravada, com erros percentuais gigantescos em relação ao que se constatou nas urnas. E muitas pessoas são movidas a votar com base em candidatos que estão à frente das pesquisas. "O que tem ocorrido virou um comércio numa pura tentativa de fraudar o resultado das eleições. Os institutos têm que ser responsabilizados caso apresentem números discrepantes ao que foi estabelecido nas margens de erro determinadas por eles."
Projeto de lei
Nos próximos dias, o senador pretende apresentar para discussão no Congresso Nacional, o PL que trata sobre punições aos institutos que errarem. "A ideia é que, além de multa, eles (institutos) tenham suspensão das atividades por cinco anos. Apenas dessa forma os responsáveis pelas pesquisas eleitorais terão responsabilidade em determinar a margem de erro e não querer manipular resultados nas urnas".
Ciro Nogueira também deseja que punições sejam aplicadas aos veículos de comunicação que contratarem essas pesquisas. "Os levantamentos são feitos para que possam ser divulgados, e aqueles que contratam também têm que arcar com consequências na visibilidade dada a pesquisa", pontua o senador. No caso de Teresina, o presidente do PP afirma que o setor jurídico do partido já está elaborando uma representação para que seja apresentada à Justiça.
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