As recentes enchentes que atingiram o Vale do Taquari tiveram um impacto significativo nas eleições municipais, especialmente em cidades como Estrela, Arroio do Meio e Roca Sales. A ineficácia na resposta a essa crise foi um fator determinante para a não reeleição de prefeitos e candidatos apoiados por eles, refletindo a insatisfação da população com a gestão durante o desastre. No município de Arroio do Meio, o atual prefeito Danilo Bruxel, do PP, obteve apenas 33,21% dos votos, perdendo para Sidnei Eckert, do MDB, que conquistou 48,62%. Com uma população de cerca de 20 mil habitantes, a cidade ainda enfrenta desafios na recuperação, com aproximadamente 100 pessoas vivendo em abrigos e apenas 60 casas provisórias disponíveis. Bruxel atribui sua derrota à lentidão na entrega de moradias permanentes.
Em Estrela, a situação foi semelhante. O prefeito Elmar Schneider, do MDB, não conseguiu se reeleger, recebendo apenas 27,32% dos votos, enquanto Carine Schwingel, da UNIÃO, obteve 35,87%. A população criticou a falta de ações concretas para a recuperação da cidade, que é fortemente dependente da agropecuária, setor que sofreu grandes danos devido às enchentes. Roca Sales também enfrentou dificuldades, com o prefeito Amilton Fontana, do MDB, não conseguindo eleger seu sucessor. A cidade foi severamente afetada pelas chuvas, resultando em 14 mortes. Fontana apontou a burocracia como um obstáculo para uma resposta rápida às necessidades emergenciais da população, o que pode ter influenciado a decisão dos eleitores.
Por outro lado, o prefeito Mateus Trojan, do MDB, foi reeleito em Muçum com uma expressiva votação de 80,82%. Sua reeleição é atribuída à agilidade na implementação de soluções habitacionais após as enchentes, o que foi bem recebido pela comunidade. A análise do comportamento do eleitorado revela que muitos cidadãos valorizaram a atuação dos prefeitos durante a crise, em vez de responsabilizá-los pela situação adversa. Em Porto Alegre, o atual prefeito Sebastião Melo, também do MDB, quase garantiu a vitória no primeiro turno, recebendo 49,72% dos votos, mesmo diante das críticas à sua gestão durante as enchentes. A falta de credibilidade da oposição e a eficácia da campanha de Melo em demonstrar ações após a calamidade foram fatores que contribuíram para sua permanência no cargo.
publicado por Patricia Costa
Reportagem produzida com auxílio de IA
jovem pan