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3 líderes terroristas mortos em 3 meses, e agora?

Desde o começo da mais recente guerra no Oriente Médio, o premiê israelense Benjamin Netanyahu reafirma que os objetivos de seu país continuam os mesmos que eram no dia 07 de outubro após o atentado terrorista: acabar com toda as capacidades militares e político administrativas do Hamas dentro da Faixa de Gaza.


Desde o começo da mais recente guerra no Oriente Médio, o premiê israelense Benjamin Netanyahu reafirma que os objetivos de seu país continuam os mesmos que eram no dia 07 de outubro após o atentado terrorista: acabar com toda as capacidades militares e político administrativas do Hamas dentro da Faixa de Gaza. Durante os últimos 13 meses, uma guerra extremamente violenta eclodiu em várias partes do enclave palestino com milhares de mortos seja nos cálculos de Israel ou nos cálculos do Hamas.

Ao contrário do que muitos pensavam, a superioridade tecnológica e bélica de Israel não conseguiu fazer com que essa guerra fosse rápida, muito pelo contrário, o conflito tem se mostrado cada vez mais longo, dada a complexidade de túneis construídos pelo grupo terrorista em Gaza e a quantidade de armamentos cedidos pelo Irã ao longo dos últimos 15 anos. Mesmo com tantos atrasos operacionais e um impacto midiático extremamente negativo para a imagem de Israel após os bombardeios em Gaza, os israelenses conseguiram eliminar lideranças de grupos terroristas que estavam sendo procurados há anos.

O primeiro importante terrorista a morrer foi Ismail Haniyeh, presidente político do Hamas desde 2017 e um dos jovens mais influentes do grupo extremista islâmico desde a Primeira Intifada. Foi uma das faces mais conhecidas desde o início da guerra, por eventualmente dar entrevistas e sempre justificar de forma sórdida o atentado terrorista de 07 de outubro como parte de uma "resistência legítima" ao estado judeu. Em 31 de julho de 2024, Haniyeh foi morto em Teerã em uma operação de alto risco, mas com enorme demonstração de inteligência por parte de Israel.

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh (Masoud Pezeshkian. EFE/EPA/ALI ALI)

Meses mais tarde, após muitos drones e mísseis lançados pelo Hezbollah contra o norte de Israel, inicia-se um a invasão terrestre do Líbano por parte das tropas israelenses o que traz outra face para os noticiários novamente, desta vez Hassan Nasrallah, secretário-geral do grupo terrorista xiita Hezbollah desde 1992 e uma das figuras mais carismáticas dentro do mundo árabe por sua retórica antissionista. Após décadas sendo procurado pelas IDF, Nasrallah foi morto nos subúrbios de Beirute em 27 de setembro deste ano em mais uma operação de inteligência muito eficiente para descobrir a sua localização.

Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah (Divulgação)

Com isso, os principais agentes políticos por trás dos ataques terroristas mais recentes contra Israel haviam sido mortos, mas ainda faltava um indivíduo Yahya Sinwar, chefe do braço militar do Hamas e um dos principais cérebros por trás do maior ataque terrorista contra os judeus desde o Holocausto. Nesta quinta-feira, dia 17 de outubro de 2024, Sinwar foi morto no norte da Faixa de Gaza em uma operação de muitos dias para determinar sua localização e restringir seu movimento a áreas menores e mais precisas de se realizar um ataque. Consequentemente temos em um período de 3 meses, 3 das maiores lideranças terroristas nas fronteiras de Israel, neutralizadas. Mas e agora?

Os otimistas e os mediadores, como Estados Unidos, Egito e Catar se mostram inicialmente positivos em uma chance para a reativação do diálogo e a resolução desta guerra regional através da diplomacia. A atual vice-presidente americana, Kamala Harris, disse em eventos de campanha que vê grandes chances para a guerra acabar, algo que seria um enorme trunfo para os democratas em menos de 3 semanas de eleições tão acirradas.

Alguns analistas europeus consideram que Netanyahu poderá se dar por satisfeito com tais operações bem-sucedidas, levando em conta o desgaste imenso que a guerra já trouxe a sua imagem e à nação de Israel, podendo assim, utilizar esse momento para recuperar ainda com vida cerca de 100 reféns de status e paradeiro desconhecido. Há também quem acredite que a morte de lideranças tão importantes e antigas dentro do "Eixo da Resistência Islâmica", poderia ter uma grande influência psicológica nos demais terroristas que, sem uma figura forte para liderá-los, poderiam optar pela rendição ou por um cessar-fogo.

No lado dos pessimistas, muitos acreditam que essa mais nova operação que matou Sinwar, irá apenas radicalizar ainda mais os terroristas restantes, promovendo um novo período de escalada e violência, que culminaria com mais respostas intensas por parte de Israel. Em relação aos reféns, até mesmo cogitam que muitos poderiam sofrer ainda mais ou serem até mesmo executados em um momento de fúria do Hamas após a perda de mais um líder. Nesse contexto, pensa-se até em uma resposta conjunta de outros grupos terroristas menores contra Israel, buscando causar maior impacto na sua população civil e mostrar que não estariam amedrontados com os recentes acontecimentos.

No mundo também temos os pragmáticos, aqueles mais realistas, onde humildemente me incluo. Essa vertente de pensamento considera que essa mais nova confirmação de um líder terrorista morto, abre possibilidades das mais diversas para ambos os lados, seja o término do conflito em breve, seja a prorrogação do mesmo por mais muitos meses.

Mas em qualquer um dos casos, quem decidirá sobre o futuro será Netanyahu, que com 3 sucessos em 3 meses, sai muito fortalecido perante sua própria população e perante seus vizinhos, demonstrando a vasta capacidade tecnológica e militar nas mãos de Telavive para poder alcançar seus alvos, estejam eles onde estiverem. Nesse contexto a pressão americana para um término antes das eleições de novembro deverá ser preponderante, mas nada tão forte a ponto de mudar aquilo já decidido há meses em Telavive, Haifa e Jerusalém. Aquilo que podemos concluir é que nunca antes essa guerra esteve tão próxima de um momento de inflexão.

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