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Funcionários de TV americana são instruídos a não considerar Jerusalém parte de Israel

A emissora de televisão americana CBS News teria instruído sua equipe a não afirmar que a capital de Israel, Jerusalém, fica em território israelense.


A emissora de televisão americana CBS News teria instruído sua equipe a não afirmar que a capital de Israel, Jerusalém, fica em território israelense.

O Free Press reportou que Mark Memmott, diretor sênior de padrões e práticas da CBS News, enviou um e-mail a todos os funcionários no final de agosto, solicitando que "tivessem cuidado com alguns termos ao falarmos ou escrevemos sobre as notícias" relacionadas à guerra em curso entre Israel e Hamas.

Entre os termos considerados controversos, estava "Jerusalém". Memmott escreveu: "Não se refira a isso como se estivesse em Israel", conforme relatado pelo The Free Press.

"Sim, a embaixada dos EUA está lá e a administração Trump a reconheceu como a capital de Israel. Mas seu status é disputado", continuou Memmott.

"O status de Jerusalém vai ao cerne do conflito israelo-palestino. Israel considera Jerusalém sua capital 'eterna e indivisível', enquanto os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental – ocupada por Israel na guerra do Oriente Médio em 1967 – como a capital de um futuro estado."

Críticas

Líderes de diversos grupos conservadores e da comunidade judaica enviaram uma carta incisiva à CBS News, expressando sua indignação em relação à diretriz que orienta a não se referir a Jerusalém como parte de Israel.

A ação coletiva, conduzida pela Advancing American Freedom, a organização de defesa liderada pelo ex-vice-presidente Mike Pence, destaca um forte descontentamento em relação à posição da CBS sobre uma das questões geopolíticas mais delicadas da atualidade.

“A inclinação da CBS em dissociar Jerusalém de Israel desafia a compreensão abrangente e a razão”, afirma a carta. “Negar a realidade geopolítica de Jerusalém como capital de Israel é tanto enganoso quanto contraproducente.”

A diretriz destacou que, apesar de a Embaixada dos EUA estar situada em Jerusalém após seu reconhecimento pela administração Trump, o status da cidade é fundamental para as negociações em curso entre israelenses e palestinos.

Desde 1995, os EUA reconhecem Jerusalém como a capital de Israel, uma posição reforçada pela transferência da Embaixada dos EUA para a cidade em 2018, realizada pelo governo Trump-Pence.

Repercussão nas redes sociais

A orientação da CBS News sobre Jerusalém foi fortemente criticada nas redes sociais.

"As editoras de normas agora estão ‘instruindo’ os jornalistas para negar a realidade", reagiu o editor colaborador do Free Press, Adam Rubenstein.

"Jerusalém não fica apenas em Israel, é a capital de Israel. O que diabos está acontecendo na CBS?", perguntou Guy Benson, colaborador da Fox News.

"Então poderemos parar de nos referir aos funcionários da CBS como jornalistas", escreveu o redator sênior do Washington Examiner, David Harsanyi.

A revelação surge em meio à turbulência na CBS News, após a emissora ter chamado a atenção do coapresentador do "CBS Mornings", Tony Dokoupil, por suas críticas ao autor anti-Israel Ta-Nehisi Coates.

A liderança da CBS assegurou aos funcionários ofendidos que, após uma revisão, chegou à conclusão de que a entrevista não cumpria os "padrões editoriais" da empresa, conforme informou anteriormente o Free Press, que obteve o áudio da reunião da equipe.

Embora uma familiarizada com a situação tenha informado à Fox News Digital que Dokoupil não enfrentaria punições pela entrevista, o âncora judeu foi obrigado a se encontrar com a Unidade de Raça e Cultura interna da rede após as reclamações.

Segundo o The New York Times, a conversa "centrou-se no tom de voz, na formulação e na linguagem corporal do Sr. Dokoupil" durante a entrevista.

Alguns se manifestaram em defesa de Dokoupil, como o correspondente jurídico da CBS News, Jan Crawford, que o apoiou durante uma teleconferência da equipe, e Shari Redstone, presidente da Paramount Global, empresa controladora da CBS News, que classificou a maneira como a rede lidou com a situação como um "erro". No entanto, o CEO da CBS, George Cheeks, emitiu um memorando apoiando a liderança da rede de notícias.

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