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Política

Até que ponto a investigação da PF pode prejudicar Bolsonaro?

Os diferentes pontos trazidos ao longo dos dois anos de investigações da Polícia Federal revelou que há sim indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava ciente do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para assim consolidar um golpe de Estado no país.


Os diferentes pontos trazidos ao longo dos dois anos de investigações da Polícia Federal revelou que há sim indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava ciente do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para assim consolidar um golpe de Estado no país. Mas quais são as conexões dele, com os cinco presos na operação de ontem (19), que podem incriminá-lo?

Os investigadores afirmam que há evidências de que o general Mário Fernandes, chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República durante a gestão de Bolsonaro, atuou no planejamento do golpe. Além disso, o agente da PF, Wladimir Matos Soares é suspeito de ter fornecido informações para subsidiar as ações dos golpistas. A conexão feita com Bolsonaro é baseada no pressuposto de que caso o plano fosse colocado em prática, seria ele o principal beneficiado para se manter no poder.

Segundo informações divulgadas pela Agência Brasil, o general da reserva Mário Fernandes afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro deu aval para um plano golpista até 31 de dezembro de 2022. A materialidade disso foi revelada por meio de um áudio enviado por Fernandes a Mauro Cid, auxiliar de Bolsonaro. Além disso, a Polícia Federal encontrou um documento intitulado “Punhal Verde e Amarelo” que continha o planejamento operacional para esses crimes, e que foi impresso no Palácio do Planalto e levado para o Palácio da Alvorada, residência oficial de Bolsonaro.

É importante notar que o ex-presidente ainda não se pronunciou sobre essas acusações. No entanto, seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, declarou que “pensar em matar alguém não é crime”. Essa afirmação repercutiu bastante na imprensa e apesar de ser questionável diante do contexto, não deixa de ser uma realidade. Tudo porque as evidências trazidas contra o ex-presidente, apesar de ser de pessoas ligadas a ele, são peças "frágeis" num conjunto de provas que pode incriminá-lo. Para que os desdobramentos avancem nesse sentido, será necessário mais que isso.

A Policia Federal pode ter mais que tudo o que já foi apresentado, mas se tem, ainda não liberou. O processo que trata sobre o tema está extremamente restrito na PF. Seja por cautela ou falta de elementos, na visão de diferentes juristas consultados pela coluna, não são capazes de colocá-lo preso. O próprio Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que os indícios contra os militares presos são “fortíssimos” e que a prisão preventiva foi decretada com base na materialidade do crime e indícios de autoria.

Ele também destacou que a PF está decepcionada com a participação de um de seus agentes no plano golpista. Mas foi cauteloso ao comentar sobre o envolvimento do ex-presidente. Ele classifica a questão como grave e que pode ter consequências significativas para a política brasileira. Mas para isso, será necessária mais profundidade na apuração ou apresentação dos elementos.

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