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Israel não fará mais distinção entre Líbano e Hezbollah se cessar-fogo falhar, diz ministro

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Ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o país vai responsabilizar governo do Líbano e Forças Armadas aplicarão política de 'tolerância zero' em caso de colapso dos termos do acordo com o grupo extremista. Fumaça é vista no sul do Líbano durante acordo de cessar-fogo entre Israel e Hezbollah, em 1º de dezembro de 2024

REUTERS/Stoyan Nenov

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse nesta terça-feira (3) que as Forças Armadas não farão mais distinção entre o Líbano e o Hezbollah se o cessar-fogo com o grupo extremista fracassar.

"Se o cessar-fogo fracassar, não haverá mais isenção para o Estado do Líbano. Aplicaremos o acordo com o máximo impacto e tolerância zero. Se até agora diferenciamos entre o Líbano e o Hezbollah, esse não será mais o caso", afirmou Katz durante visita à fronteira entre Israel e Líbano, ao norte.

O ministro israelense também pediu ao governo libanês que "autorize o Exército libanês a cumprir sua parte, a manter o Hezbollah longe do rio Litani e a desmantelar toda a infraestrutura".

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Ambos os lados se acusam de violar a trégua desde que entrou em vigor, na semana passada. Autoridade libanesa acusou Israel de violar acordo de cessar-fogo mais de 50 vezes. Israel também acusa o Hezbollah de transgredir os termos e lançou ataques contra alvos do grupo após agressão a posição militar israelense na segunda-feira. (Leia mais abaixo)

Acusações mútuas de violar trégua

Israel e Hezbollah se acusaram na segunda-feira (2) de violar a trégua na guerra travada no Líbano, estabelecida na semana passada. O grupo extremista libanês reivindicou um ataque contra uma posição militar israelense, que prometeu responder. Mais tarde, Israel bombardeou alvos no Líbano.

O Hezbollah afirmou que atacou uma posição israelense nas "colinas ocupadas de Kfar Shouba", que o Líbano reclama como parte de seu território. O ataque foi "uma primeira resposta defensiva" à "violação" da trégua por parte de Israel, disse o grupo em comunicado.

A resposta israelense veio durante a noite desta segunda-feira, pelo horário local. As Forças de Defesa de Israel afirmaram que atacaram dezenas de "alvos terroristas" no sul do Líbano. Nove pessoas morreram e três ficaram feridas, segundo as autoridades locais.

O presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, aliado do Hezbollah, afirmou que Israel violou "pelo menos em 54 ocasiões" o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor no dia 27 de novembro.

Berri também fez um apelo ao comitê encarregado de monitorar a trégua, que inclui Estados Unidos e França, para "começar urgentemente suas ações e obrigar Israel a pôr fim às suas violações e a se retirar" do território libanês. Israel nega as acusações.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que as ações do Hezbollah são uma "grave violação do cessar-fogo". Ele prometeu ainda uma resposta com "contundência".

Já o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, afirmou que o país está cumprindo com sua parte no acordo em resposta "às violações do Hezbollah que exigem uma ação imediata".

Bombardeios em plena trégua

Três dias após cessar-fogo, Israel ataca Hezbollah no Sul do Líbano

Desde a entrada em vigor da trégua, vários bombardeios israelenses foram registrados no Líbano. O Hezbollah, até o momento, não havia anunciado nenhuma resposta.

Um drone israelense foi direcionado nesta segunda-feira contra um posto do exército libanês em Hermel, uma região do vale de Bekaa, no leste do Líbano. A área fica muito distante da fronteira com Israel. O ataque deixou um ferido entre os militares, segundo o exército.

Além disso, um homem morreu em um bombardeio israelense com drone no povoado de Maryayún, no sul do Líbano, informou o Ministério da Saúde.

O acordo de cessar-fogo, promovido pelos Estados Unidos e França, colocou fim a dois meses de guerra aberta entre Israel e Hezbollah. O pacto prevê a retirada do exército israelense do Líbano em um prazo de 60 dias.

Os soldados israelenses invadiram o sul do Líbano em 30 de setembro, uma semana depois de lançar uma campanha de bombardeios massivos contra o movimento islâmico libanês.

O acordo também prevê que o Hezbollah se retire para o norte do rio Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira, e desmantele sua infraestrutura militar no sul do Líbano.

A formação libanesa abriu uma "frente de apoio" ao movimento islamista palestino Hamas após o ataque inédito contra o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, o qual desencadeou a guerra em Gaza.

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