O balanço apresentado aponta ainda que foram cumpridos 114 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao Comando Vermelho, facção que atua na região. A operação envolveu uma grande mobilização das estruturas de segurança pública do estado. Foram destacados cerca de 900 agentes.
A identidade dos presos não foi revelada. A operação também contou com o envolvimento do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Houve impactos nos serviços públicos, com o fechamento de escolas e postos de saúde e com a interrupção da circulação em algumas linhas de ônibus. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) chegou a manifestar sua preocupação com os prejuízos ao cotidiano dos moradores das comunidades.
Mais cedo, foram registrados tiroteios e pelos menos seis pessoas ficaram feridas, entre elas uma jovem de 22 anos que estava em um ponto de ônibus e foi atingida nas costas. Ela foi submetida à cirurgia de emergência no Hospital Estadual Getúlio Vargas e seu estado é grave. Um aposentado e um ajudante de pedreiro que também foram baleados já receberam alta. De acordo com as secretarias de Polícia Civil e de Polícia Militar, um criminoso que acabou ferido em confronto foi levado a um hospital, mas não resistiu e morreu.
"Ao todo, foram 13 presos, 23 veículos recuperados, mais de 1 tonelada de drogas apreendida, uma central de crimes financeiros e um local de refino de droga estourados. Também houve apreensão de peças de fuzis desmontados, carregadores, roupas táticas, celulares e anotações do tráfico", registra nota divulgada pelas duas pastas.
Fases anteriores da Operação Torniquete envolveram ações na Baixada Fluminense e também em outros estados. De acordo com as investigações, o Complexo da Penha teria se tornado a base operacional do Comando Vermelho. Os roubos de veículos e de cargas ajudariam a financiar a organização criminosa. Com os recursos levantados, os traficantes viabilizam a compra de armamento e munição e ainda o pagamento de uma "mesada" aos parentes de integrantes presos da facção. Além disso, os líderes que atuam no Complexo da Penha estariam por traz de ordens de ataques a organizações rivais, buscando expandir seus territórios.
"Policiais civis do Pará e do Ceará também atuaram na operação. As investigações revelaram a forte migração de lideranças criminosas daqueles estados para o Rio de Janeiro, sendo que a maioria delas está escondida no Complexo da Penha", acrescenta a nota.
Agencia Brasil