Pânico à vista! O PIB do Brasil voltou a crescer mais do que as previsões dos gurus do gel e pitonisas do "mercado". Descontrolada, a economia insiste em antecipar catástrofes como desemprego no menor nível da série histórica, investimento com alta superior a 2% no terceiro trimestre, pobreza e miséria com os menores índices desde 2012 e massa salarial mais robusta. Pasmem ainda para o pecado capital: o país não apenas deixou de cobrar Imposto de Renda de quem recebe 1,6 salário mínimo por mês, como foi até 2022, como planeja isentar os novos ricos e felizardos que recebem até R$ 5 mil a cada 30 dias. Afinal, que país é esse?
Bem, somos uma nação cada vez menos habitável e que cogita, suprema ousadia!, tributar aqueles que recebem mensalmente acima de R$ 50 mil e que não pagam impostos. Parece até provocação à turma que à mesa se lambuza com o molho da lagosta e que fora dela se esbalda nas gordas tetas dos subsídios, benefícios fiscais e afins. Mas, claro, é a turba que se autodenomina de "setor produtivo". São, portanto, mitos intocáveis. Até porque, extorsão fiscal no lombo dos famélicos é o elixir da riqueza e ostentação eternas. No final da década de 80, Tom Wolfe romanceou esse ambiente em “Fogueira das Vaidades”, obra sempre atual.
Ruim neste Brasil impregnado das ideias dos FariaLimers, tão tenazmente disseminadas por seus porta-vozes bem remunerados, é a comida demais no prato. Bom mesmo é continuar servindo fome para a massa esquálida e sem voz. Para ela, a melhor receita é a da "motosserra”. Não esqueçamos também que programas de moradias para os 16 milhões de favelados são luxos exorbitantes que não cabem no orçamento, já tão congestionado pelas prioridades do Bolsa Louis Vuitton, que a Faria Lima aplaude.
Investimentos bilionários como os anunciados pelas montadoras de veículos são sacrilégios. Bilhões de dólares que desembarcam do exterior para irrigar setores como energia, agronegócio, lazer e mineração, entre outros, atentam contra a soberania. Trump precisa frear isso!
Do contrário, como manter a credibilidade de nossos gurus do "mercado" que projetaram expansões do PIB de 0,4% em 2022, 0,8% em 2023, 1,5% em 2024 e que não ousam nada além de 2% para 2025? Afinal, como resistiremos com crescimento acima do nosso potencial, sendo que nem fizemos a lição de casa de aumentar em uns 2% a taxa de desemprego? Algo que em números redondos significa uns 2 milhões de desafortunados na rua sem trabalho.
Especialista em temas como reforma tributária e o Simples, o deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos/PR), um parlamentar alinhado à direita moderada e oposicionista do atual governo, fez há pouco um discurso tão raro quanto contundente sobre o tema. "O Brasil tem indicadores melhores que a média da OCDE……tem mais reservas que os países da OCDE….tem déficit público menor que a média da OCDE……dizer que o Brasil está quebrado é irresponsabilidade, é politicagem de mau gosto contra o nosso povo. Isso é crime de lesa-pátria.
O que o mercado financeiro vem fazendo contra a economia chama-se crime contra a ordem econômica e a economia popular. É um conluio para aumentar taxas do Banco Central, que se diz independente. Ora, se fosse realmente independente não deveria ouvir a opinião do mercado financeiro….. somos superavitários na balança comercial, que papo furado é esse?".
O fato é que os arautos do Consenso do Itaim têm três traços em comum. Gastam tubos de gel no cabelo e, à serviço da especulação e do rentismo, são hábeis em espalhar o caos na economia e sempre erram feio nas suas projeções. Mas, como disse antes, errar é preciso. E ai de quem acertar!
jovem pan