O Brasil enfrenta um dos momentos mais desafiadores de sua história política, marcado pela acentuada polarização entre os campos da “direita” e da “esquerda”. Nesse cenário, as divisões se tornaram tão intensas que, ao criticar o governo de Lula, muitos são imediatamente rotulados pela extrema-esquerda como “fascistas”, enquanto críticas ao governo Bolsonaro são igualmente classificadas pela extrema-direita de forma pejorativa.
Esse cenário revela, contudo, uma lacuna fundamental: a maioria das pessoas, infelizmente, não compreende as ideologias que rotulam seus opositores, como o fascismo e o comunismo. Em meio a essa dicotomia, surge a dúvida: como se posicionar de forma equilibrada? Em 2022, muitos brasileiros, como o autor deste texto, adotaram a hashtag “#NemBolsonaroNemLula”, simbolizando o desejo de escapar das opções polarizadas. Até 2016, o autor era considerado um defensor da direita, principalmente por apoiar o modelo liberal de economia. No entanto, foi nesse mesmo ano que ele conheceu o movimento “Livres”, passando a se aprofundar nas ideias do liberalismo.
A associação Livres trouxe uma lição valiosa: adotar uma posição rígida, seja à direita ou à esquerda, pode restringir o pensamento crítico e até o senso de justiça. A disputa entre esses dois pólos se transformou em uma espécie de “Fla x Flu”, com cada lado defendendo seu político de estimação de maneira apaixonada. Essa reflexão se mostrou decisiva na trajetória do autor como consultor em gestão pública e é igualmente importante para qualquer área profissional, além de ser essencial para o exercício da cidadania.
A estratégia de “dividir para conquistar”, usada por figuras históricas como Júlio César, Filipe II da Macedônia e Napoleão Bonaparte, continua viva no Brasil contemporâneo. A polarização entre direita e esquerda, ou entre bolsonarismo e lulopetismo, se retroalimenta, mantendo ambos os lados em constante ascensão. Enquanto isso, temas essenciais para o progresso do país são muitas vezes negligenciados em favor de disputas ideológicas vazias.
O liberalismo, no entanto, propõe uma abordagem alternativa, baseada no equilíbrio entre responsabilidade fiscal e social. Essa perspectiva permite reconhecer o valor de propostas que venham tanto da direita quanto da esquerda, sem que isso comprometa o pensamento crítico e a busca por soluções práticas. A chave para superar a polarização é o diálogo. Só por meio de uma troca respeitosa de ideias, com foco na construção de consensos, será possível avançar na construção do Brasil.
*Rafael Resende é empreendedor, consultor em Gestão Pública e Ciências Políticas, e líder Livres
Esta publicação é uma parceria da Jovem Pan com o Livres
O Livres é uma associação civil sem fins lucrativos que reúne ativistas e acadêmicos liberais comprometidos com políticas públicas pela ampliação da liberdade de escolha
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