Renúncia foi anunciada após colapso de conversas por formação de novo governo neste sábado (4). Chefe Executivo do país, Karl Nehammer deve deixar o poder nos próximos dias. Chanceler da Áustria, Karl Nehammer, anuncia renúncia ao cargo em 4 de janeiro de 2025.
REUTERS/Elisabeth Mandl
Chanceler da Áustria, Karl Nehammer, anunciou neste sábado (4) sua renúncia ao cargo em meio a uma crise política e de governança no país europeu. Segundo Nehammer, ele deixará o poder nos próximos dias e realizará uma transição ordenada.
A decisão de Nehammer ocorre após o fracasso das negociações entre os dois maiores partidos centristas da Áustria, Partido Popular e Social-Democratas, para formar um governo de coalizão sem o Partido da Liberdade, de extrema direita.
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"Eu renunciarei como chanceler e como líder do Partido Popular (conservador) nos próximos dias e possibilitarei uma transição ordenada", afirmou Nehammer em um vídeo publicado no X, após as conversas de coalizão com os Social-Democratas.
As negociações por uma nova configuração de governo se fizeram necessárias após uma retirada inesperada do partido liberal Neos das negociações na sexta-feira (3).
A Áustria é uma república parlamentarista que tem um chanceler, um presidente e um Parlamento bicameral. O chanceler atua como chefe do Executivo, enquanto o presidente é o mais alto representante do Estado austríaco.
Segundo Nehammer, seu partido negociou "de forma longa e honesta", mas divergências com os Social-Democratas ainda persistiram.
"Fizemos tudo o que era possível até este ponto. Um acordo sobre pontos-chave não é viável, então não faz sentido para um futuro positivo para a Áustria. Não aceitaremos medidas que sejam prejudiciais ao desempenho e à economia ou novos impostos, por isso, estamos encerrando as negociações [com os Social-Democratas] e não as continuaremos", afirmou o chanceler austríaco.
As negociações vinham se arrastando desde que o presidente da Áustria, Alexander van der Bellen, encarregou o chanceler conservador, em outubro, de formar um novo governo. A tarefa foi dada após todos os outros partidos se recusarem a trabalhar com o líder do Partido da Liberdade, de extrema-direita, que venceu as eleições nacionais pela primeira vez em setembro, com 29,2% dos votos.
O próximo governo da Áustria enfrentará o desafio de economizar entre 18 e 24 bilhões de euros (entre 114,7 bi e 153 bi, pela cotação atual), segundo a Comissão Europeia. Além disso, o país está em recessão há dois anos, enfrenta aumento do desemprego e tem um déficit orçamentário atualmente em 3,7% do PIB — acima do limite de 3% da União Europeia.
Esta reportagem está em atualização.