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Acordo de cessar-fogo em Gaza entre Israel e Hamas é 'iminente', diz site

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Mediada por EUA, Catar e Egito, trégua pode ser a segunda no conflito, iniciado em outubro de 2023. Negociações no Catar ocorrem às vésperas da posse de Trump. Prédios destruídos na Faixa de Gaza durante conflito entre Israel e Hamas, vistos do sul de Israel

Kai Pfaffenbach/Reuters

Um acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo terrorista Hamas é "iminente", informaram jornais norte-americanos nesta quarta-feira (15). As negociações estão acontecendo no Catar e são mediadas por EUA, Catar e Egito.

Segundo o site "Axios", houve um novo avanço significativo nas negociações nesta quarta, o que deixa as partes ainda mais perto de fechar um acordo. O governo do Catar já havia dito na terça que "o cessar-fogo estava mais próximo que nunca".

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Já o jornal "The New York Times" afirmou que Israel e Hamas alinham os últimos detalhes do acordo nesta quarta.

Uma autoridade israelense afirmou à agência de notícias Reuters nesta quarta que o Hamas já concordou com a proposta de cessar-fogo em Gaza e de devolução de reféns compartilhada pelos negociadores do Catar. No entanto, o escritório do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu negou que tenha recebido uma resposta do grupo terrorista.

Ainda segundo o "Axios", cerca de 98 reféns israelenses sob o poder de Gaza ainda estariam vivos. Essa era uma preocupação das partes envolvidas na negociação, porque não se sabia qual o estado de saúde dos reféns, nem se estariam vivos.

Caso haja acordo, a trégua será a segunda no conflito, iniciado em outubro de 2023 —a primeira foi em novembro de 2023—, e seu rascunho foi construído com o objetivo de acabar definitivamente com a guerra em Gaza, segundo os mediadores. O acordo prevê a libertação de todos os reféns que ainda estão sob controle do Hamas, a retirada das tropas israelenses de Gaza e planos para o futuro do território. Veja detalhes do acordo abaixo.

"O acordo libertaria os reféns, encerraria os combates, proporcionaria segurança a Israel e permitiria aumentar significativamente a assistência humanitária aos palestinos que sofreram terrivelmente nesta guerra iniciada pelo Hamas", disse o presidente dos EUA, Joe Biden, na segunda-feira.

As negociações pelo acordo ocorrem às vésperas da posse de Donald Trump como novo presidente dos EUA, que ocorrerá na próxima segunda-feira (20). Trump havia dito que "abriria os portões do inferno no Oriente Médio" e "faria o Hamas pagar caro" se os reféns tiverem sido libertados até ele reassumir a Casa Branca. Steve Witkoff, um enviado do republicano para as negociações, participa das negociações.

A guerra em Gaza começou após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel e mataram cerca de 1.200 pessoas e levaram cerca de 250 reféns israelenses para o território palestino. Cerca de 100 reféns ainda estão em cativeiro.

O conflito deixou pelo menos 46.707 palestinos mortos e mais de 110 mil feridos —a maioria deles civis, mulheres e crianças—, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, apresentou um plano para Gaza no pós-guerra durante as negociações. Blinken afirmou na terça-feira que a Autoridade Palestina deveria supervisionar o pós-guerra no território junto com a ONU e aliados estrangeiros.

Principais pontos da proposta de cessar-fogo

Segundo a agência de notícias Associated Press, o rascunho do acordo de cessar-fogo prevê três fases e é baseado em parâmetros estabelecidos pelo presidente Biden e endossado pelo Conselho de Segurança da ONU.

Veja abaixo os principais pontos do rascunho de cessar-fogo, segundo um oficial israelense e um palestino:

Libertação dos reféns

Na primeira etapa, 33 reféns seriam libertados. Isso inclui crianças, mulheres (incluindo cinco soldados israelenses do sexo feminino), homens acima de 50 anos, feridos e doentes. Israel acredita que a maioria está viva, mas não recebeu confirmação oficial do Hamas.

A primeira etapa duraria 42 dias, e ao final dela todos os civis —vivos ou mortos— terão sido libertados. Se seguir conforme o planejado, no 16º dia após o início do acordo, começariam negociações para uma segunda etapa, na qual os demais reféns vivos —soldados homens e civis jovens do sexo masculino— seriam libertados, e os corpos de reféns mortos seriam devolvidos.

Em troca dos reféns, Israel libertará mais de 1.000 prisioneiros e detidos palestinos, incluindo 30 que cumprem sentenças de prisão perpétua.

No entanto, terroristas do Hamas que participaram do ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel não serão libertados.

Retirada de tropas israelenses

A retirada será feita em etapas, com as forças israelenses permanecendo ao longo da fronteira com Gaza para proteger as cidades e vilarejos fronteiriços de Israel.

Haverá arranjos de segurança no corredor da Filadélfia, na fronteira com o Egito, ao sul de Gaza, com Israel se retirando de partes dele após os primeiros dias do acordo.

Residentes desarmados do norte de Gaza poderão retornar, com um mecanismo para garantir que nenhuma arma seja transportada para lá. Tropas israelenses se retirarão do corredor Netzarim, no centro de Gaza.

A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, começará a operar gradualmente, permitindo a passagem de pessoas doentes e casos humanitários para tratamento fora do enclave.

Aumento de ajuda humanitária

Haverá um aumento significativo na ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde organizações internacionais, incluindo a ONU, afirmam que a população enfrenta uma grave crise humanitária. Israel permite a entrada de ajuda no enclave, mas há uma discrepância entre a quantidade permitida a entrar em Gaza e a que realmente chega às pessoas necessitadas.

Governança futura de Gaza

Quem administrará Gaza após a guerra é uma incógnita nas negociações. Parece que essa questão foi deixada de fora da proposta atual devido à sua complexidade e à probabilidade de atrasar um acordo limitado.

Israel afirmou que não encerrará a guerra com o Hamas no poder. Também rejeitou que Gaza seja administrada pela Autoridade Palestina, entidade apoiada pelo Ocidente e criada sob os acordos de paz provisórios de Oslo, há três décadas, que exerce soberania limitada na Cisjordânia ocupada.

Israel declarou desde o início de sua campanha militar em Gaza que manterá o controle de segurança sobre o enclave após o fim dos combates.

A comunidade internacional insiste que Gaza deve ser administrada pelos palestinos, mas esforços para encontrar alternativas entre líderes da sociedade civil ou clãs locais têm sido amplamente infrutíferos.

No entanto, houve discussões entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos sobre uma administração provisória para governar Gaza até que uma Autoridade Palestina reformada possa assumir o controle.

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