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Grupo Wagner

De vendedor de cachorro-quente a líder de grupo paramilitar que desafia Putin: Conheça Yevgeny Prigozhin

Yevgueni Prigozhin surpreendeu o mundo ao anunciar uma rebelião contra a Rússia de Vladimir Putin.


Yevgueni Prigozhin surpreendeu o mundo ao anunciar uma rebelião contra a Rússia de Vladimir Putin. A tensão escalou nesta sexta-feira, 23, com o líder do Grupo Wagner, um braço paramilitar privado com fortes ligações com o Kremlin, acusando o governo russo de atacar acampamentos da organização. Rapidamente, o ministério da Defesa emitiu uma nota em que afirma que as acusações do chefe dos mercenários "não correspondem à realidade e são uma provocação informativa". Em um vídeo divulgado em seu canal do Telegram, Prigozhin disse que seus comandados iniciariam uma “marcha por justiça”. “O Conselho de Comandantes Wagner tomou uma decisão: o mal trazido pela liderança militar do país deve ser interrompido. Eles negligenciam a vida dos soldados. Aqueles que destruíram hoje nossos homens, que destruíram dezenas, dezenas de milhares de vidas de soldados russos, serão punidos. Somos 25 mil e vamos descobrir por que o caos está acontecendo no país. Todos que tentarem resistir, nós os consideraremos um perigo e os destruiremos imediatamente, incluindo quaisquer postos de controle em nosso caminho. Peço a todos que mantenham a calma, não cedam às provocações e permaneçam em suas casas. O ideal é que aqueles que estão no nosso caminho não saiam. A justiça no Exército será restaurada. Este não é um golpe militar. É uma marcha por justiça”, afirmou.

Peça central no embate com o Kremlin, Prigozhin conhece Vladimir Putin desde a década de 1990. O líder do grupo paramilitar firmou contratos milionários para o fornecimento de refeições ao Kremlin, o que lhe rendeu o apelido de “chef de Putin” e uma expressiva fortuna. Nascido em São Petersburgo, Prigozhin foi condenado a 13 anos de prisão por uma série de assaltos. Depois de solto, segundo informações do jornal The Guardian, ele passou a vender cachorros-quentes, antes de abrir uma rede de supermercados e restaurantes com sócios. Em 2018, o comandante dos mercenários também foi indiciado por interferir na eleição americana e disseminar notícias falsas em favor do então candidato Donald Trump, que venceu a disputa contra Hilary Clinton.

De acordo com a BBC, Prigozhin utilizou seus conhecimentos sobre as prisões russas para recrutar mercenários para o Grupo Wagner, fundado em 2014. Estima-se que o oligarca comande uma tropa de até 20 mil soldados, que atuaram ao lado de Vladimir Putin no início da guerra contra a Ucrânia. Seus membros foram importantes para a conquistas de territórios importantes, como Bakhmut. Nas últimas horas, Yevgueni Prigozhin subiu o tom contra o Kremlin e anunciou a “marcha por justiça”. No momento, a organização afirma ter tomado o controle de uma base militar russa em Rostov, mobilizando tanques e rebeldes, mas garantindo que nenhum tiro foi disparado no processo de tomada do local. As autoridades locais recomendaram que os cidadãos fiquem em suas casas. Temendo ataques, as forças de segurança de Moscou reforçaram as defesas de prédios públicos. Segundo Dmitry Peskov, porta-voz da presidência russa, Vladimir Putin está trabalhando normalmente de seu escritório.

O que é o Grupo Wagner?

O Grupo Wagner foi fundado em 2014, em meio à anexação da península da Crimeia pelas forças russas. Na ocasião, mercenários sem identificação nos uniformes ajudaram forças separatistas apoiadas pelo governo Putin a tomar o controle da região. Após o início da invasão à Ucrânia, o Kremlin usou os membros do grupo paramilitar para reforçar a linha de frente do avanço russo no território ucraniano. Com o tempo, conforme as forças ucranianas resistiam e conseguiam reverter os avanços da Rússia, os militares se tornaram importantes em batalhas mais complexas, como Bakhmut. O grupo é composto por milhares de mercenários. Originalmente, o grupo era formado majoritariamente por soldados de elite com treinamento avançado. Mas, com as perdas na guerra, prisioneiros, civis russos e estrangeiros foram recrutados para compor a força. O grupo, assim como seus comandantes, sofre sanções de Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

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