No quinto dia de protestos na França, um total de 322 pessoas foram detidas até a 01h30 do horário local deste domingo (20h30 de sábado em Brasília), informou o Ministério do Interior. As expectativas do governo eram de menos violência, mas ocorreram incidentes em Paris (126 detidos), em Marselha (56 prisões) e em Lyon (21), de acordo com um balanço provisório. Os distúrbios começaram na terça-feira, 27, depois que um jovem de origem argelina foi morto pela polícia após uma abordagem de trânsito. A situação ficou tão grave que o capitão da seleção francesa, Kylian Mbappé, foi a público pedir que a violência diminuísse. Até o presidente Emmanuel Macron adiou uma visita que faria à Alemanha. Segundo o Ministério do Interior, já são 1.622 prisões e 79 policiais e gendarmes feridos, com cerca de 50 ataques a delegacias e uma dezena a quartéis da gendarmeria, uma força militar com funções de manutenção da ordem, principalmente em áreas rurais. Nas ruas foram 1.350 veículos incendiados ou danificados e 1.234 edifícios incendiados.
As autoridades mobilizaram na quarta-feira, segundo dia de protesto, cerca de 9.000 agentes antidistúrbios, aumentaram o contingente para 40.000 na quinta-feira e para 45.000 no dia seguinte, e neste sábado anunciaram que manteriam o mesmo nível em previsão de outra noite agitada. O funeral de Nahel, de 17 anos, aconteceu em Naterre, município ao noroeste de Paris, neste sábado. Centenas de pessoas se reuniram em frente à funerária em uma mesquita e depois seguiram para o cemitério de Mont-Valérien onde ocorreu o enterro. “Foi uma cerimônia muito tranquila, recolhida e sem incidentes”, disse uma testemunha à AFP, na presença da mãe e da avó do jovem. Os distúrbios afetaram a vida social da França, com receios de que prejudiquem a temporada turística deste ano de 2023 e a apenas um ano dos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
*Com informações da AFP
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