O ataque com um veículo à casa de um prefeito do subúrbio de Paris marcou a quinta noite consecutiva de distúrbios na França, causados pela morte de um jovem de 17 anos pela polícia. O país vive uma onda de violência desde a publicação do vídeo da morte de Nahel, que levou tiros à queima-roupa durante um controle de tráfego, na última terça-feira, 27, em Nanterre, perto de Paris. Um dos incidentes mais graves ocorreu em uma pequena localidade nos subúrbios de Paris, L’Haÿ-les-Roses, onde um carro em chamas colidiu com a casa do prefeito, Vincent Jeanbrun, do partido conservador Os Republicanos. A comoção provocada pelo ataque colocou em segundo plano a diminuição da violência observada durante a noite de sábado para domingo em muitas cidades da França e que parecia continuar perdendo força. Às 23h30 do horário local, a polícia havia realizado 49 detenções em todo o território acional, segundo o Ministério do Interior. Para tentar conter a crise, o presidente Emmanuel Macron se reunirá nesta segunda-feira, 3, com os presidentes da Assembleia Nacional e do Senado, anunciou um participante do encontro realizado neste domingo pelo chefe de Estado com vários de seus ministros.
Na terça-feira, Macron receberá os prefeitos de mais de 220 municípios afetados pelos distúrbios e saques dos últimos dias. “Um marco de horror e infâmia foi alcançado”, denunciou o prefeito Vincent Jeanbrun. “Eles queriam queimar a casa” e quando “perceberam que havia alguém dentro, em vez de parar, lançaram uma sequência de fogos de artifício”, disse à emissora de televisão TF1. A esposa e um dos dois filhos pequenos do prefeito ficaram levemente feridos ao escapar da residência. O Ministério Público abriu uma investigação por “tentativa de homicídio”. Outro prefeito foi atacado em Charly, uma cidade ao sul de Lyon (centro-leste). Segundo a prefeitura, foi encontrado em sua casa, na manhã de domingo, um dispositivo destinado “inequivocamente” a provocar um incêndio. De acordo com o presidente da Associação de Prefeitos da França (AMF), David Lisnard, “150 prefeituras ou prédios municipais foram atacados” desde terça-feira. A AMF convocou uma manifestação na segunda-feira ao meio-dia em frente às prefeituras de todo o país.
*Com informações da AFP
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