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Exposição conta, no Rio, história dos periódicos do país

A Fundação Biblioteca Nacional abre nesta sexta-feira (14), no Rio de Janeiro, a exposição Uma janela para o armazém de periódicos.


Exposição Uma janela para o Armazém de Periódicos celebra o centenário da Coordenação de Publicações Seriadas. Exemplar de Última Hora noticia a morte de Getúlio Vargas- Foto - Fernando Frazão/Agência Brasil

Imprensa negra

No módulo sobre fragmentos sociais brasileiros, o destaque é o jornal O Mulato ou O Homem de Cor, criado em 1833 por Francisco Paula Brito. Ele é considerado o primeiro periódico da imprensa negra no Brasil, dedicado à luta contra o racismo e em defesa da abolição da escravidão. Nesse sentido, também está exposta uma edição especial em cetim do A Cidade do Rio, veículo impresso do abolicionista José do Patrocínio, que lutava por impulsionar ideias de emancipação dos escravos junto à opinião pública.

Outros acontecimentos importantes da história brasileira estão representados nas páginas dos jornais em exibição. Um exemplar da Revista de Antropofagia - publicada entre 1928 e 1929 - traz o Manifesto Antropófago, símbolo do movimento modernista brasileiro.

Suicídio de Getúlio Vargas

Uma edição do Última Hora, jornal de Samuel Wainer, de agosto de 1954, anuncia o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, no Palácio do Catete, no Rio. Um número da Pif-Paf lembra da revista de humor e crítica política lançada por Millôr Fernandes em maio de 1964, poucas semanas depois do golpe militar.

As mulheres e o movimento feminista estão representados pelo O Jornal das Senhoras, lançado por Joanna Paula Manso, em 1852. Foi o primeiro periódico editado por mulheres no Brasil. A revista Walkyrias, lançada em 1934, era dirigida pela jornalista Jenny Pimentel de Borba, e tratava de questões do movimento feminista e da emancipação feminina.

Grupos marginalizados e vítimas de discriminação ganharam voz por meio de periódicos. O jornal Beijo da rua, criado a partir do I Encontro Nacional de Prostitutas, em 1987, trazia reivindicações de direitos para o grupo.

Lampião da Esquina

A revista Femme, do Grupo de Conscientização e Emancipação Lésbica de Santos, produzida entre 1993 e 1996, contava com a participação de mulheres de diversos pontos do país. O jornal Lampião da Esquina, voltado para o público homossexual, circulou entre os anos de 1978 e 1981.

Para o coordenador do setor de periódicos da Biblioteca Nacional, Alex da Silveira, a exposição é um dos primeiros passos no sentido de aproximar novos públicos da instituição. Ao despertar o interesse pelo acervo, ele deseja transformar novamente os corredores da biblioteca em espaços de sociabilidade e troca de conhecimento.

"A gente sente falta daquele contato entre os usuários e os pesquisadores aqui na biblioteca. Temos novas gerações que nunca tiveram contato com o acervo material, só o digital. E é uma das nossas preocupações pensar em como recuperar esse espaço de consulta presencial e possibilitar que os pesquisadores possam trocar ideias entre si", diz Alex, coordenador de Publicações Seriadas.

Serviço

Exposição Uma janela para o armazém de periódicos

Data: de 14/07 a 13/09/23

Horário: 2ª a 6ª feira, 10h às 17h

Local: Biblioteca Nacional

Endereço: Av. Rio Branco, 219 – Centro - Rio de Janeiro

Entrada gratuita

Agencia Brasil

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