Fernando Haddad saiu satisfeito da reunião na Febraban com os CEOs de Itaú, Bradesco, Santander e BTG. O ministro da Economia expôs sua visão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central precisa promover uma redução mais consistente da taxa Selic — no mínimo 0,5 ponto percentual. Nenhum dos presentes contestou, o que foi visto por Haddad como sinalização de concordância. Embora Lula venha criticando o BC há meses, só agora foi possível um consenso maior com agentes do mercado sobre a necessidade de corte no juros.
Se no primeiro trimestre, a economia cresceu perto de 2%, no segundo ela ficou próxima de zero, demonstrando a perda de tração, com queda na expansão do crédito e na atividade produtiva em si. Na prática, a Selic alta já cumpriu sua missão de segurar a inflação e agora precisa ser reajustada para ajudar a retomada econômica. Nesse sentido, os banqueiros concordam que a aprovação pela Câmara da reforma tributária, do PL do Carf e do arcabouço fiscal, que já foi ao Senado e voltou, garantem um horizonte promissor.
Além da Selic, a conversa de 1 hora também serviu para trocas de impressões sobre consumo, investimento, produção, emprego e mercado de crédito. Haddad parece confiante em que o Copom levará em conta a sinalização emitida desse encontro, o primeiro de vários. O ministro, que já se reúne rotineiramente com os presidentes dos bancos públicos (BB, Caixa e BNDES), quer adotar a mesma prática com os CEOs dos maiores bancos privados do país. Não há ainda uma data para a próxima reunião, mas espera-se que aconteça dentro de dois meses.
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