A Rússia anunciou nesta segunda-feira, 7, que vai lançar sua primeira missão à Lua desde 1976. O lançamento do módulo Luna-25 acontecerá na sexta-feira, 11, às 2h10’57” no horário de Moscou (20h10’57” em Brasília), afirmou a Roscomos em um comunicado, em um momento em que Estados Unidos e China intensificam suas missões espaciais ao satélite natural da Terra. A agência espacial russa acrescentou que o foguete Soyuz foi “montado” na base espacial de Vostochny, no extremo leste do país, para o lançamento do Luna-25, que deve descer próximo ao polo sul da Lua, um “terreno difícil”, e que os especialistas concluíram hoje o trabalho de montagem do foguete transportador e da espaçonave no cosmódromo russo de Vostochny. O voo está programado para durar entre “quatro dias e meio e cinco dias e meio”, segundo as informações publicadas pela Roscosmos e citados pela agência de notícias oficial TASS. Na Lua, o módulo de 800 quilos vai “colher amostras e analisar o solo, além de realizar investigações científicas de longo prazo”, adicionou o comunicado.
Esta é a primeira missão do novo programa lunar russo, que pretende fortalecer a cooperação espacial com Pequim em meio às tensões com as potências espaciais ocidentais sobre a ofensiva na Ucrânia. As autoridades da região de Khabarovsk (extremo leste), já anunciaram a evacuação de uma cidade desde a manhã de quinta-feira, 10, pois ela se encontra em um local onde o primeiro andar do lançador pode cair. “É de grande importância, não apenas para Putin, mas também para os tempos posteriores a Putin, uma Rússia pacífica”, disse Vitali Egorov, especialista russo do espaço. “Este lançamento mostrará que os russos podem se comprometer com a exploração do espaço”, acrescentou. Desde a queda da URSS, Moscou enfrenta uma série de dificuldades para inovar no setor, que agora conta com novas iniciativas privadas, como a Space X do bilionário Elon Musk.
A agência espacial russa observou que a estação foi feita inteiramente de componentes russos, com a aplicação das “últimas conquistas no campo da fabricação de equipamentos espaciais”. “A Luna-25 se diferencia radicalmente de suas predecessoras no que diz respeito ao pouso: as estações lunares russas pousaram na zona equatorial, a nova estação pousará em uma zona polar com um relevo acidentado”, detalhou a Roscosmos. A nova estação russa servirá para testar novas tecnologias de pouso lunar, coletar e analisar amostras de superfície e realizar pesquisas de longo prazo, incluindo o estudo da camada superior do regolito no pólo sul da Lua. Dessa forma, a Luna-25 reativará o programa lunar russo, que prevê a pesquisa e o uso prático da Lua e da órbita lunar por estações orbitais.
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