No Brasil, o racismo é estruturante da violação de direitos humanos. Por isso, o Dia Nacional dos Direitos Humanos, 12 de agosto, é um convite para refletirmos sobre a importância da promoção da educação antirracista e do enfrentamento ao racismo estrutural para a construção de uma sociedade mais equânime.
As consequências de tal desigualdade e injustiça vão das diferenças nos índices educacionais ao genocídio da juventude negra. Na última semana, o assassinato do adolescente Thiago Menezes, de apenas 13 anos, durante ação da polícia militar na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, tomou as páginas dos jornais. O mesmo aconteceu com a recente chacina após a morte de um policial no Guarujá, litoral de São Paulo.
De acordo com o Atlas da Violência 2021, a chance de um negro ser assassinado é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra. Ou seja, a taxa de violência letal contra pessoas negras foi 162% maior que entre não negras, segundo o documento.
Observa-se, com isso, uma inércia das instituições e naturalização dos assassinatos, porque os corpos são negros. Falta reação para a paralisação desse tipo de violência. Assim nasce o conceito de Vidas Negras Importam. Como assegurar na prática que vidas negras valem tanto quanto outras vidas?
É esse mesmo racismo que escolhe quem "merece" ou não estudar. De acordo com informações divulgadas pela organização Todos pela Educação, o percentual de jovens pretos e pardos matriculados no ensino médio em 2022 é o mesmo de brancos dez anos antes. Isso significa que existe uma década de atraso entre eles.
Enquanto 72,3% dos jovens pretos e 73,5% dos pardos estão no ensino médio, 73% dos brancos estavam matriculados em 2012. Já em relação ao encerramento da etapa, 61% dos jovens pretos e 62,4% dos pardos de 19 anos a tinham concluído em 2022, porcentagem próxima a que brancos alcançaram em 2012: 62%. Em 2022, o número de brancos entre 15 e 17 anos que frequentaram ou concluíram o ensino médio foi de 82,1%.
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