Um ataque em uma celebração religiosa no Paquistão deixou ao menos 52 pessoas mortas e 50 feridos nesta sexta-feira, 29, na província paquistanesa do Baluchistão.
Um ataque em uma celebração religiosa no Paquistão deixou ao menos 52 pessoas mortas e 50 feridos nesta sexta-feira, 29, na província paquistanesa do Baluchistão. “Uma procissão com centenas de pessoas deixou a mesquita de Medina e, ao chegar à estrada Al Falah, foi alvo de um atentado suicida”, disse Abdul Razzaq Sasoli, alto funcionário do distrito de Mastung. Um segundo ataque suicida, executado por dois homens em uma mesquita na província de Khyber Pakhtunkhwa (noroeste), deixou quatro mortos, segundo as autoridades. Os hospitais locais ficaram sobrecarregados com o número de feridos e as autoridades provinciais usaram as redes sociais para fazer um apelo aos doadores de sangue. Até o momento, nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo atentado.
Centenas de quilômetros ao norte, em Hangu, província de Khyber Pakhtunkhwa, quatro pessoas morreram depois que o telhado de uma mesquita desabou após uma explosão quando dois homens armados tentaram entrar no edifício. “Eles foram interceptados na porta da mesquita e ocorreu um tiroteio”, disse Nisar Ahmed, um alto funcionário da polícia. “Depois houve uma explosão que causou o colapso do telhado da mesquita”, acrescentou. A procissão atacada no Baluchistão celebrava o nascimento do profeta Maomé. A região é a província menos povoada do Paquistão, é também o lar de vários grupos que lutam pela independência ou por uma participação maior nos recursos minerais da região. O evento religioso realizado nesta sexta é amplamente aceito no Paquistão, embora alguns questionem por considerá-la uma inovação injustificável. Todos os anos, mesquitas e edifícios governamentais são decorados com luzes e procissões são organizadas para marcar o nascimento do principal profeta do islã.
Em abril de 2006, na mesma ocasião, um homem-bomba matou pelo menos 50 pessoas na cidade de Karachi, em um evento de muçulmanos sunitas. Os ataques desta sexta-feira ocorreram no momento em que o Paquistão se prepara para as eleições marcadas para janeiro, em um contexto de crises política e econômica e de aumento da violência. O ministro da Informação do Baluchistão, Jan Achakzai, anunciou um período de luto de três dias. Em julho, mais de 40 pessoas morreram em um ataque suicida nesta mesma província. Os talibãs paquistaneses intensificaram os ataques contra alvos militares e governamentais desde o retorno dos talibãs ao poder no Afeganistão, em agosto de 2021. Mas o grupo disse que não teve qualquer relação com o ataque no Baluchistão.
*Com informações das agências internacionais