O apresentador de televisão e empresário Silvio Santos, que morreu na madrugada deste sábado (17), em São Paulo, foi responsável por inovações no jornalismo brasileiro.
"Ele nos ajudou a criar o primeiro jornal ancorado. Ele nos ajudou a fazer o primeiro jornal apresentado por um âncora no Brasil, que foi o Telejornal Brasil, o TJ Brasil, com Boris Casoy", conta o jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Albino Castro, que trabalhou com Silvio Santos no SBT por 12 anos.
Albino lembra que o apresentador e empresário ainda participou da criação do primeiro telejornal com uma mulher como âncora, a jornalista Lillian Witte Fibe, no Jornal do SBT, e do programa policial Aqui Agora."O Aqui Agora era um produto jornalístico idealizado por ele e que nós tocamos com a ajuda dele e com a orientação dele. O Silvio Santos era jornalista, sindicalizado no Rio desde 1954, e tinha uma visão jornalística muito interessante, porque era uma visão misturada com linha de show. Ele concebia o jornalismo também como alguma coisa espetacular, extraordinária", destaca Albino.
Ele recorda ainda que o apresentador mudou inclusive a forma como o telejornal era montado, baseado nos jornais impressos, dividido em seções ou editorias.
"Ele dizia que fazíamos um roteiro muito igual ao jornal impresso. [Ele dizia que] você pode misturar todas as notícias, como a capa do jornal, não precisa fazer a seção de esporte, a seção internacional, a seção de economia. E aí você vê que é uma coisa que foi implantada por nós no SBT e que depois ganhou espaço em todas as emissoras. E hoje, o Jornal Nacional e todos os demais jornais são feitos assim", enfatiza.
O apresentador e empresário morreu às 4h50 deste sábado, na capital paulista, em decorrência de uma broncopneumonia após uma infecção por Influenza (H1N1). Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein. Silvio Santos deixa a esposa Íris, duas filhas do primeiro casamento e quatro filhas do segundo casamento, além de netos e bisnetos.