A Rússia advertiu nesta quinta-feira (3) que não se pode subestimar o risco de um confronto militar direto entre potências nucleares, se referindo aos paralelos entre a atual tensão estratégica com o Ocidente e a Crise dos Mísseis de Cuba (1962).
A Rússia advertiu nesta quinta-feira (3) que não se pode subestimar o risco de um confronto militar direto entre potências nucleares, se referindo aos paralelos entre a atual tensão estratégica com o Ocidente e a Crise dos Mísseis de Cuba (1962). "O perigo de um confronto militar direto entre as potências nucleares não pode ser subestimado agora. O que está acontecendo não tem paralelo na história", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, em entrevista coletiva. O diplomata russo, cujos comentários coincidiram com a primeira visita do novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, à Ucrânia, disse que o mundo está se movendo "para um território político e político-militar desconhecido".
"Nossos adversários não podem ter o direito de cometer um erro, porque o preço desse erro pode ser uma catástrofe", declarou Ryabkov, referindo-se à possível autorização para que a Ucrânia use mísseis ocidentais de longo alcance contra alvos em território russo. Ryabkov enfatizou que "ninguém deve ter dúvidas de que estamos agindo com confiança e de forma absolutamente irrepreensível". "A questão é se as pessoas do outro lado são capazes de avaliar sensatamente as consequências de seu comportamento", acrescentou. Ele lembrou que a Crise dos Mísseis, que ocorreu entre Estados Unidos e União Soviética em outubro de 1962, foi "quando a humanidade se viu à beira do início de uma guerra nuclear e literalmente a horas de uma decisão que poderia ter mudado todo o curso da história da civilização".
Ele disse que a Rússia se opõe "categoricamente" a futuras negociações estratégicas com os Estados Unidos – para um novo tratado de desarmamento START – "sem condições prévias". "Essa é uma fórmula falsa que esconde o desejo de extrair do contexto internacional geral apenas o que é conveniente para o lado dos EUA, enquanto o resto é deixado de fora", opinou. No nível estratégico, a Rússia exige que os aspectos de segurança sejam levados em consideração, como o fato de que a Ucrânia não pode, de forma alguma, ser membro da Otan.
O Kremlin declarou nesta semana que não espera "nada de novo" do secretário-geral da Otan, que fez da assistência militar à Ucrânia uma de suas prioridades. O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu o Ocidente que, se ele der sinal verde para o uso de mísseis de longo alcance, isso significará que a Otan "estará em guerra com a Rússia". Putin aprovou uma nova doutrina nuclear que prevê respostas nucleares a ataques convencionais que ameacem a soberania da Rússia ou de Belarus, que também possui armas nucleares táticas.
*Com informações da EFE