Israel admitiu que um de seus tanques invadiu neste domingo (13) uma base da missão de paz da ONU no sul do Líbano (Unifil, na sigla em inglês), após sofrer um ataque do Hezbollah e enquanto tentava evacuar os soldados feridos.
Israel admitiu que um de seus tanques invadiu neste domingo (13) uma base da missão de paz da ONU no sul do Líbano (Unifil, na sigla em inglês), após sofrer um ataque do Hezbollah e enquanto tentava evacuar os soldados feridos. "Uma revisão inicial mostrou que um tanque do Exército que estava tentando evacuar soldados feridos enquanto ainda estava sob fogo recuou vários metros em direção a um posto da Unifil. Durante o incidente, o Exército não representou perigo para as forças da ONU”, informaram as Forças de Defesa de Israel (FDI). O ataque do Hezbollah deixou mais de 20 militares israelenses com ferimentos leves e moderados, e dois deles ficaram gravemente feridos, segundo o porta-voz internacional das forças israelenses, coronel Nadav Shoshani, em entrevista coletiva. O tanque israelense abandonou o posto da Unifil assim que cessou "o fogo inimigo" e quando foi concluída a retirada dos feridos.
“Durante o incidente, foi utilizada uma cortina de fumaça para dar cobertura à retirada dos soldados feridos. Os soldados do Exército mantiveram a coordenação com a Unifil”, disse o comunicado militar. A Unifil acusou hoje as forças israelenses de colocarem em perigo seus soldados depois de dois tanques terem atacado uma base, violando mais uma vez a resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Por volta das 4h30, horário local, enquanto as forças de manutenção da paz estavam em abrigos, dois tanques Merkava das FDI destruíram o principal portão da posição e ingressaram à força”, informou a missão em um comunicado.
Segundo a nota, os militares israelenses pediram repetidamente que a base apagasse as luzes e os tanques partiram cerca de 45 minutos depois, após a Unifil protestar através do mecanismo de ligação, dizendo que "a presença das FDI estava colocando em perigo os soldados da paz”. "Apesar de usarem máscaras de proteção, quinze soldados sofreram efeitos, incluindo irritação da pele e reações gastrointestinais, após a fumaça ter entrado no acampamento", disse a Unifil, detalhando que eles estão recebendo tratamento. A missão da ONU no Líbano lembrou as FDI “pela quarta vez em dois dias” que entre suas obrigações incluem “garantir a proteção e segurança do pessoal e propriedade das Nações Unidas e respeitar a inviolabilidade das instalações das Nações Unidas em todos os momentos”.
“Desde o início das nossas operações no sul do Líbano temos estado em contato com a Unifil e informando de cada um dos nossos passos para protegê-los”, disse Shoshani. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou hoje a missão da ONU de ser "escudos humanos" do grupo xiita Hezbollah, depois de cinco capacetes azuis terem sido feridos por fogo israelense nos últimos três dias. A recusa em "evacuar os soldados da Unifil torna-os reféns do Hezbollah. Isto põe em perigo suas vidas e as dos nossos soldados", disse o mandatário em uma mensagem de vídeo. Netanyahu garantiu que Israel solicitou em diversas ocasiões a retirada dos capacetes azuis.
Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações da EFE