Durante o julgamento, em plenĂĄrio virtual, o relator, ministro Alexandre de Moraes, votou pelo recebimento da queixa-crime. Para ele, a conduta em anĂĄlise "não se enquadra entre as hipóteses atrativas da incidĂȘncia da referida imunidade, pois extrapola o desempenho da função legislativa".
"As condutas praticadas constituem ofensas que exorbitam os limites da crĂtica polĂtica, uma vez que as publicações na conta pessoal do querelado no Instagram constituem abuso do direito à manifestação de pensamento, em integral descompasso com suas funções e deveres parlamentares", avaliou o magistrado.Ao ser notificado, em novembro do ano passado, Gayer citou incompetĂȘncia do STF para o processamento e o julgamento da causa; ausĂȘncia de justa causa para recebimento da queixa-crime, à vista da imunidade parlamentar material; inĂ©pcia da queixa-crime em relação aos crimes de difamação e calĂșnia; e atipicidade da conduta no tocante ao crime de injĂșria.
Os ministros FlĂĄvio Dino, Cristiano Zanin e CĂĄrmen LĂșcia acompanharam o relator, formando maioria para aceitar queixa-crime. A previsão Ă© que o julgamento seja encerrado na próxima terça-feira (5).
Entenda
A ação foi apresentada em razão de um vĂdeo postado no Instagram em fevereiro do ano passado, após eleição para a presidĂȘncia do Senado. Na gravação, o deputado critica a vitória de Rodrigo Pacheco (PSD-GO) e afirma, dentre outras coisas, que senadores foram "comprados com cargos de segundo escalão".
"Não tô nem aĂ pras palavras de baixo calão", disse o deputado, na ocasião. "Era a maior oportunidade que a gente tinha de salvar nosso paĂs, e senadores nos traĂram. Aqueles que estão como indefinidos, os que jĂĄ tinham declarado voto no Pacheco e alguns que traĂram tambĂ©m traĂram o povo brasileiro. Só Deus pra salvar esse paĂs agora, porque o paĂs tĂĄ possuĂdo pelos capetas do inferno."
A AgĂȘncia Brasil tenta contato com o deputado e estĂĄ aberta para incluir seu posicionamento no texto.
EBC