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Presidente da Bolívia diz que "grupos armados" ligados a Evo Morales invadiram três quarteis

O presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou nesta sexta-feira (1º) que "grupos armados" ligados a Evo Morales invadiram três quarteis militares no Trópico de Cochabamba, reduto sindical e político do ex-presidente no centro do país, e classificou esse ato como "traição à pátria".

Por Rede Vida Brasil

01/11/2024 às 22:08:11 - Atualizado há

O presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou nesta sexta-feira (1º) que "grupos armados" ligados a Evo Morales invadiram três quarteis militares no Trópico de Cochabamba, reduto sindical e político do ex-presidente no centro do país, e classificou esse ato como "traição à pátria". "Denunciamos ao povo boliviano e à comunidade internacional que grupos armados ligados a Evo Morales tomaram de assalto três unidades militares no Trópico de Cochabamba, mantendo soldados e suas famílias como reféns e ameaçando suas vidas", escreveu Arce na rede social X (ex-Twitter).

Arce é filiado ao partido Movimento ao Socialismo (MAS), que tem como presidente Morales, e os dois disputam o controle da legenda. Além disso, Morales pretende ser candidato por ela à presidência da Bolívia em 2025. O atual presidente boliviano disse que a invasão de uma instalação militar "por grupos irregulares em qualquer lugar do mundo é um crime de traição" e uma "afronta" à Constituição, às Forças Armadas e "ao próprio povo boliviano, que rejeita veementemente os bloqueios criminosos de Evo Morales, assim como essas ações criminosas".

Arce lamentou por militares desses quarteis estarem como reféns, pois não não participavam de "nenhuma operação" e apenas protegiam suas unidades. "Eles (reféns) são de origem popular, e muitos também têm raízes indígenas, como os policiais que estão sendo alvejados com armas letais e dinamite", afirmou. Neste dia, uma operação militar e policial está sendo realizada na região de Cochabamba para suspender os bloqueios de rodovias que apoiadores de Evo Morales mantêm há 19 dias.

Os setores que apoiam o ex-presidente realizam essa medida de pressão para que os processos judiciais contra ele por tráfico e estupro sejam retirados, para exigir uma solução para a situação econômica do país e para defender a candidatura presidencial de Morales nas eleições de 2025. Arce também denunciou que a ocupação das unidades militares inclui a apreensão dos espaços "onde estão localizadas as armas militares, o que constitui um ato criminoso absolutamente condenável que está muito distante de qualquer demanda social legítima do movimento indígena camponês nativo".

"Essas ações estrangulam economicamente o povo boliviano (…) buscando romper a ordem pública legalmente constituída e nossa democracia, com o único objetivo de encurtar nosso mandato, impor uma candidatura inconstitucional e obter impunidade nos processos judiciais", disse. Ele acrescentou que o “governo democraticamente eleito" continuará a agir para "restabelecer a ordem pública, salvaguardando a vida dos bolivianos, a paz social, o direito do povo ao livre trânsito, ao trabalho, ao acesso a combustível, alimentos e medicamentos".

Horas antes, Morales disse a Arce em uma carta aberta que "ninguém teria imaginado que os últimos meses de seu governo seriam tão sombrios e lamentáveis", e o comparou à ex-presidente interina Jeanine Áñez (2019-2020), a quem acusa de ter realizado um golpe de Estado contra ele em 2019. Morales advertiu Arce que, se as rodovias fossem desbloqueadas à força, ele seria o "responsável por ferir e dividir a Bolívia".

*Com informações da EFE
Publicado por Carolina Ferreira

Fonte: jovem pan
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