O governo brasileiro está se preparando para apresentar um novo pacote de cortes de gastos na próxima terça-feira (26), com o objetivo de ajustar as contas públicas e enfrentar o crescente déficit fiscal.
O governo brasileiro está se preparando para apresentar um novo pacote de cortes de gastos na próxima terça-feira (26), com o objetivo de ajustar as contas públicas e enfrentar o crescente déficit fiscal. Entre as medidas que estão sendo especuladas, destacam-se mudanças na Previdência dos militares, alterações na política de reajuste do salário mínimo, revisões no abono salarial e no BPC (benefício de prestação continuada). A expectativa é que essas ações resultem em uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, um passo considerado crucial para a saúde financeira do país.
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central, comentou sobre o pacote, afirmando que, embora as medidas possam atender parcialmente às expectativas do mercado, elas não são suficientes para resolver o problema fiscal do Brasil. Figueiredo destacou que o país enfrenta uma situação fiscal insustentável, com a dívida pública em constante crescimento. Ele alertou que o mercado teme uma possível insolvência caso a política fiscal não seja ajustada de maneira mais robusta e eficaz.
Além disso, Figueiredo mencionou a lista de empresas que recebem isenções fiscais, que somam quase 550 bilhões de reais, sugerindo que o governo poderia revisar essas isenções como parte das medidas de ajuste fiscal. No entanto, ele reconheceu que o governo pode enfrentar dificuldades para reduzir essas isenções no Congresso, devido a interesses políticos e econômicos envolvidos. A revisão dessas isenções poderia ser uma alternativa viável para aumentar a receita sem a necessidade de cortes drásticos em áreas sensíveis.
O pacote de cortes de despesas é visto como um passo positivo, pois marca a primeira vez em quase dois anos que o governo foca na redução de gastos, após tentativas anteriores de aumentar a receita. No entanto, Figueiredo alertou que o ajuste proposto é pequeno em comparação com o necessário para tornar a dívida sustentável. Ele afirmou que o Brasil precisa de um ajuste de cerca de 250 bilhões de reais para estabilizar a dívida pública. Além disso, destacou que a política fiscal frouxa do país contribui para a alta taxa de juros, que atualmente está acima de 7%. Figueiredo concluiu que, para alcançar a sustentabilidade fiscal, o Brasil precisa de reformas mais abrangentes e de longo prazo, que incluam não apenas cortes de gastos, mas também uma revisão estrutural das políticas fiscais e econômicas.
*Reportagem produzida com auxílio de IA