Em sua primeira entrevista após vencer as eleições americanas, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou à NBC que considera retirar o país da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Em sua primeira entrevista após vencer as eleições americanas, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou à NBC que considera retirar o país da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A permanência dos EUA na aliança militar ocidental, segundo Trump, dependerá de um “acordo justo”, incluindo o cumprimento dos compromissos financeiros por parte dos aliados e um tratamento mais equilibrado em questões de defesa e comércio.
Trump criticou duramente os países europeus membros da Otan por não alcançarem a meta de investir 2% do PIB em defesa, um compromisso voluntário estabelecido pela aliança. Ele acusou os aliados de dependerem excessivamente do orçamento militar dos EUA, que lideram os gastos na Otan, e de “tirar vantagem” dos americanos. "Eu disse: 'Não vou proteger vocês a menos que paguem'. E eles começaram a pagar", afirmou, referindo-se ao aumento de investimentos de alguns países após sua pressão durante seu primeiro mandato.
A expressão "pagar as contas" usada por Trump refere-se ao compromisso dos países-membros de contribuírem proporcionalmente para a aliança, garantindo que os custos da defesa mútua não recaiam desproporcionalmente sobre os EUA. O republicano também sinalizou a possibilidade de reduzir o apoio militar à Ucrânia, maior beneficiária da ajuda americana na guerra contra a Rússia. Questionado sobre o tema, ele declarou que cortes são “possíveis”.
Essa postura preocupa a Ucrânia e aliados europeus, que temem que um eventual enfraquecimento da ajuda militar possa favorecer a Rússia. Trump, no entanto, defendeu negociações para um cessar-fogo imediato e sugeriu que a China poderia atuar como mediadora. Em publicação na Truth Social, ele apelou ao presidente russo Vladimir Putin para que negocie a paz, mencionando que a Ucrânia estaria disposta a fazer um acordo. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu dizendo que só aceita uma paz "justa e forte", capaz de impedir novos ataques russos no futuro.
Além das questões internacionais, Trump reforçou sua intenção de endurecer as políticas migratórias dos Estados Unidos. Entre suas propostas, destacou a possibilidade de acabar com o direito à cidadania por nascimento, que atualmente garante a nacionalidade a qualquer pessoa nascida em solo americano, independentemente da situação migratória dos pais. Segundo Trump, essa mudança poderia ser implementada por meio de uma ação executiva, o que geraria amplo debate jurídico e político. A medida impactaria diretamente comunidades imigrantes e seus descendentes, que formam uma parcela significativa da população americana.
Trump também reiterou seu compromisso em deportar pessoas em situação irregular no país, uma promessa que marcou sua campanha e reflete sua abordagem rigorosa sobre imigração. Para ele, essas ações são essenciais para proteger a economia e a segurança dos Estados Unidos.
Trump também se reuniu recentemente com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, para discutir temas como a crescente cooperação entre Rússia, Coreia do Norte, China e Irã, além do apoio indireto desses países à Rússia na guerra contra a Ucrânia.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA