Kim Yong-hyun está preso desde domingo e foi o primeiro a ser detido por decreto de lei marcial, que restringe direitos e liberdades individuais. Oposição planeja apresentar novo pedido de impeachment do presidente Yoon Suk Yeol na quinta-feira (12). Ex-ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun.
REUTERS/Leah Millis//File Photo
Primeiro detido por decreto de lei marcial na Coreia do Sul, o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun tentou se suicidar na prisão, mas foi impedido por policiais, segundo a agência de notícias Associated Press creditando autoridades do país nesta quarta-feira (11).
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Yong-hyun é acusado pela Justiça sul-coreana de ter sugerido o decreto da lei marcial ao presidente Yoon Suk Yeol, na semana passada. O ex-ministro está preso desde o último domingo (8), e sua detenção foi formalizada na terça com mandado de prisão expedido contra ele. (Leia mais abaixo)
O comissário-geral do Serviço Correcional da Coreia do Sul, Shin Yong Hae, informou aos legisladores sobre a tentativa de suicídio de Yong-hyun, que teria ocorrido na noite de terça (11) no centro de detenção onde ele está retido, em Seul. Segundo o comissário, agentes penitenciários impediram o ato e o ex-ministro se encontra em condição estável.
Kim, uma das pessoas mais próximas do presidente Yoon, é acusado de ter colaborado com o presidente Yoon Suk Yeol e outros na imposição da lei marcial em 3 de dezembro e de enviar tropas à Assembleia Nacional para impedir que os parlamentares votassem pela derrubada da medida. Apesar da atuação dos militares, um número suficiente de legisladores conseguiu entrar no Parlamento e revogar a lei marcial.
O presidente Yoon também enfrenta investigações e os promotores sul-coreanos devem decidir até o final do ano se o vão indiciar. O gabinete do presidente Yoon Suk Yeol foi alvo de buscas da polícia nesta quarta. Segundo relatos, as forças policiais enfrentaram resistência para entrar no complexo presidencial. Duas pessoas foram presas.
O principal partido de oposição, o Partido Democrático, planeja introduzir uma nova moção para impeachment de Yoon por conta da lei marcial. O partido afirmou que planeja apresentar a nova moção na quinta-feira para realizar a votação no sábado. O presidente já sobreviveu a uma votação de impeachment, no último sábado, quando parlamentares do partido governista boicotaram a votação.
Ex-ministro da Defesa preso
A Justiça da Coreia do Sul emitiu nesta terça-feira (10) um mandado de prisão contra ex-ministro da Defesa, Kim Yong-hyun. Ele é acusado pela promotoria de ter sugerido o decreto da lei marcial ao presidente Yoon Suk Yeol, na semana passada.
Yong-hyun está preso desde o último domingo (8), quando promotores o detiveram preventivamente. No sábado, a polícia sul-coreana fez buscas em sua casa. O ex-ministro se tornou a primeira pessoa presa no caso da lei marcial.
O Tribunal Distrital Central de Seul informou nesta terça que aprovou o pedido dos promotores para um mandado de prisão contra Kim Yong-hyun. Com isso, sua prisão foi formalizada.
Kim Yong-hyun havia renunciado ao cargo na última quarta-feira e pedido desculpas à população sul-coreana pela lei marcial. Em seu pronunciamento, ele também assumiu a responsabilidade pela crise causada no país.
Kim é acusado de ter colaborado com o presidente Yoon Suk Yeol e outros na imposição da lei marcial em 3 de dezembro, que levou tropas armadas às ruas de Seul. Como parte da investigação, as autoridades apuram se esses atos configuram rebelião.
Também nesta terça, um comandante da unidade de guerra especial do exército sul-coreano revelou em depoimento ao Parlamento que recebeu ordens diretas do presidente para "retirar à força" os deputados da sessão que votava para derrubar a lei marcial.
Lei marcial e crise na Coreia do Sul
O presidente Yeol surpreendeu o país e o mundo ao decretar lei marcial no final da noite de 3 de dezembro, no horário local. A medida restringe direitos e liberdades civis e sua adoção foi duramente criticada pela oposição e pela população.
A lei foi derrubada em poucas horas pelo Parlamento sul-coreano, que realizou sessão emergencial à revelia das forças da lei marcial, que tinham instruções para fechar a casa legislativa. O presidente sobreviveu a uma votação de impeachment no final de semana passado, quando seu partido abandonou a votação.
Desde então, investigações foram abertas contra o presidente e alguns de seus subordinados, como o então ministro da Defesa Kim Yong-hyun.