Empresas de tecnologia estão buscando melhorar suas relações com o novo presidente dos EUA, enquanto enfrentam desafios políticos e tentam se distanciar de críticas passadas. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, e Jeff Bezos, CEO da Amazon
AP Photo/Godofredo A. Vásquez e Foto AP / John Locher
As gigantes da tecnologia Amazon e Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, estão doando US$ 1 milhão cada para o fundo de posse do presidente eleito Donald Trump.
A medida ocorre em um momento em que grandes empresas de tecnologia buscam melhorar o relacionamento com o novo presidente.
Nesta quinta-feira (12), a Meta afirmou ter doado US$ 1 milhão para o fundo de posse de Trump. A doação ocorreu apenas algumas semanas após o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, se encontrar com Trump em particular em Mar-a-Lago, na Flórida (EUA).
Um porta-voz da Amazon também confirmou a doação de mais de US$ 1 milhão e informou que a gigante do comércio eletrônico transmitirá a posse de Trump em seu serviço Prime Video.
A empresa também transmitiu a posse de Biden no Prime Video em 2021.
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Os planos da Amazon foram divulgados pela primeira vez pelo jornal The Wall Street Journal. A informação foi publicada após Trump afirmar, na manhã de quinta-feira, que o fundador da empresa, Jeff Bezos, planejava visitá-lo pessoalmente na próxima semana.
Bezos e Trump já haviam tido desentendimentos no passado. Durante seu primeiro mandato, Trump criticou a Amazon e a cobertura política do jornal The Washington Post, de propriedade de Bezos.
Enquanto isso, Bezos criticou parte da retórica de Trump no passado. Em 2019, a Amazon alegou, em um processo judicial, que a hostilidade de Trump contra a empresa prejudicou suas chances de obter um contrato de US$ 10 bilhões com o Pentágono. Posteriormente, o governo Biden buscou firmar um contrato com a Amazon e a Microsoft.
Mais recentemente, Bezos adotou um tom mais conciliatório. Na semana passada, ele afirmou no DealBook Summit, evento do The New York Times em Nova York, que estava "otimista" em relação ao segundo mandato de Trump, enquanto endossava os planos do presidente eleito de reduzir regulamentações.
Em outubro, Bezos não permitiu que o Washington Post endossasse um candidato presidencial, uma medida que levou dezenas de milhares de pessoas a cancelar suas assinaturas.
Naquele momento, Bezos escreveu em um artigo de opinião no jornal que os endossos editoriais criam a percepção de parcialidade, em um momento em que muitos americanos não acreditam na mídia.
Stephen Miller, nomeado vice-chefe de gabinete para o segundo mandato de Trump, disse que Zuckerberg, assim como outros líderes empresariais, deseja apoiar os planos econômicos de Trump. O CEO da big tech tem buscado mudar a percepção de sua companhia à direita, após um relacionamento conturbado com Trump.
Trump foi expulso do Facebook após o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA. A empresa restaurou sua conta no início de 2023.
Durante a campanha de 2024, Zuckerberg não endossou um candidato à presidência, mas adotou uma postura mais positiva em relação a Trump.
Ainda assim, Trump continuou a atacar Zuckerberg publicamente durante a campanha. Em julho, ele postou uma mensagem em sua própria rede social, a Truth Social, ameaçando enviar fraudadores eleitorais para a prisão, mencionando, em parte, um apelido que usava para o CEO da Meta. 'ZUCKERBUCKS, tenha cuidado!' escreveu Trump.
Doações para posses presidenciais são comuns
Google, Meta e Microsoft
Reuters
As empresas representam uma grande parcela dos doadores para posses presidenciais, com exceção de 2009, quando o então presidente eleito Barack Obama se recusou a aceitar doações corporativas. Ele reverteu essa decisão em sua segunda posse, em 2013.
O Facebook não fez doações para a posse de Biden em 2021 nem para a posse de Trump em 2017.
O Google doou US$ 285 mil para a primeira posse de Trump e para a posse de Biden, de acordo com os registros da Comissão Eleitoral Federal.
Os comitês inaugurais são obrigados a divulgar a fonte de sua arrecadação de fundos, mas não a forma como gastam o dinheiro. A Microsoft doou US$ 1 milhão para a segunda posse de Obama, mas apenas US$ 500 mil para as posses de Trump, em 2017, e de Biden, em 2021.
A Amazon doou cerca de US$ 58 mil para a posse de Trump em 2017, muito menos do que US$ 1 milhão que agora planeja doar.
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