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Clube abre as portas para o atacante, livre no mercado após cinco temporadas no Hiroshima. No Japão, brasileiro recorreu a psicóloga para superar dificuldades e recuperar bom futebol Um reencontro especial para recarregar as baterias em busca de novos rumos. Ezequiel teve um privilégio para poucos na reta final de 2024: acompanhar de dentro as conquistas do Botafogo enquanto mantém a forma física à espera da definição do próximo clube. Livre no mercado após se despedir do Sanfrecce Hiroshima, o atacante se vestiu de torcedor com acesso ao dia a dia do campeão da Libertadores e do Brasileirão.Ezequiel, ex-Botafogo, no Sanfrecce HiroshimaDivulgação/Sanfrecce HiroshimaRevelado pelo Glorioso em 2017, Ezequiel teve as portas abertas para treinar nas instalações do CT. De quebra, teve a chance de relembrar os tempos em que torcia nas arquibancadas do Nilton Santos: - Consegui pegar essa reta final do Botafogo, acompanhar o título da Libertadores, título brasileiro, fui aos jogos, voltei a ser torcedor. Enquanto estou mantendo a forma, vivi um pouco do ambiente e vi como estava bom, estava alegria, feliz... Era um ambiente mesmo de quem queria conquistar títulos e eles conquistaram. Acabei tirei uma casquinha e esse tempo aqui me fez muito bem mesmo.Ezequiel deixou o clube no fim de 2018, quando se transferiu para o Sport. O jogador de 26 anos passou ainda pelo Cruzeiro antes de seguir para experiência no Japão. Com a camisa do Hiroshima, foram 115 jogos, dez gols, dez assistências e a conquista do título da Copa J-League em 2022.- Foram cinco anos muito positivos para minha carreira. Cheguei bem jovem e durante uma pandemia, precisei me adaptar a tudo o que tinha de novo. Me identifiquei com a cultura, com a forma como o pessoal vive a vida e busquei até em alguns momentos ser parecido com eles. Foram anos especiais.Ezequiel foi revelado pelo Botafogo em 2017Vitor Silva/SSPress/BotafogoA sensação de dever cumprido após cumprir os cinco anos de contrato, no entanto, contrasta com os momentos de dúvida assim que chegou ao Oriente. A solidão somada aos problemas da pandemia levou Ezequiel a um desgaste mental que precisou de ajuda psicológica para curar. Momentos que o atacante relembra como determinantes para o amadurecimento.- Em alguns momentos eu estava me perdendo. Não tinha mais alegria, não me encontrava, e precisei buscar ajuda psicológica para que voltasse ao normal, voltasse a sorrir. Tudo o que eu vivi no Japão foi muito importante para minha experiência. "Procurei ajuda por estar me sentindo sozinho e não estava sendo eu. Não tinha alegria para trabalhar, para viver durante a pandemia. Foi um ano difícil para todo mundo e pude contornar isso. Não guardo mágoas ou sentimentos negativos. Encaro de forma positiva"A ausência no parto do filho Eduardo foi o momento mais difícil. As restrições da pandemia impediram que o nascimento acontecesse no Japão e Ezequiel teve que apelar para a tecnologia em um misto de emoção e impotência.- Ver o meu filho nascer por vídeo foi algo estranho, esperei tanto por este momento e não queria acreditar que estava vivendo aquilo. Mas me deu forças também para ver a importância de eu trabalhar e correr atrás. Foi um momento de amadurecimento. Foi importante para meu crescimento pessoal e profissional. Me deu uma experiência internacional valioso que vai tornar qualquer outro desafio mais fácil para mim e para minha família.Com o contrato encerrado no Sanfrecce, Ezequiel está livre no mercado e ainda não tem o futuro definido para 2025. As experiências no Japão e a "casquinha" nos títulos do Botafogo, por sua vez, o fazem virar o ano pensando grande.