Segundo o IBGE, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,52% em dezembro, fechando o ano com alta de 4,83%.
Segundo o IBGE, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,52% em dezembro, fechando o ano com alta de 4,83%. A alta no mês passado decorreu de elevação de preço nos alimentos (carnes e alimentação fora do domicílio), transportes (passagens aéreas e locomoção por aplicativos) e vestuário (entrada de nova coleção). Além das altas desses itens, a inflação foi disseminada. O índice de difusão, que mede a porcentagem de itens com variação positiva, subiu de 58% para 69% na passagem de novembro para dezembro. Em outras palavras, a inflação foi bem mais espalhada.
Outras medidas de núcleos, como a inflação do setor de serviços e de produtos industrializados, mostraram aceleração na passagem mensal. Alta de preços de produtos industrializados e de serviços são sinais claros de inflação de demanda, o que preocupa. A preocupação com a alta de preços se torna ainda maior em 2025, pois este ano carrega a inércia inflacionária de 2024. Muitos contratos serão reajustados com base na inflação de 2024, retroalimentando o processo inflacionário.
Além disso, a alta do dólar, a piora das expectativas inflacionárias e o elevado gasto público incrementam o risco de aumentos de preços mais elevados em 2025. Não à toa, o mercado financeiro, em média, trabalha com uma projeção, logo na largada, de inflação de 5% para este ano. Com este cenário, é certo que o Banco Central e o governo federal terão muito trabalho para domar a inflação. Enquanto isso a população vai continuar reclamando. Com razão.