Railana Dias da Cruz tem 28 anos e é moradora de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Para ser um doador, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar 50 quilos, no mínimo, estar bem de saúde e apresentar documento de identidade oficial com foto. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais. A autorização pode ser acessada no site do Hemorio. Na faixa etária de 60 a 69 anos, as pessoas podem doar, desde que tenham feito alguma doação anterior. Não é necessário estar em jejum, mas deve-se evitar comer alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes.
Tatuagem e piercing impedem a doação por seis meses. O Hemorio alerta que a perfuração na região oral ou genital ainda segue como impeditivo para doações enquanto houver uso da peça. Informações podem ser obtidas pelo número gratuito 0800 282 0708. O diretor lembrou que quem quiser pode agendar dia e hora para doar, nesse mesmo telefone, ou pelo site. "É muito mais rápido e o processo é bem mais simples".
Algumas situações, porém, impedem provisoriamente a doação de sangue. Entre elas, estar com febre ou gripado. Grávidas também não podem doar. O mesmo se aplica para quem fez extração dentária há sete dias. Mulheres que estejam amamentando só podem doar depois de um ano após o parto. Quem fez vacinação pode doar, respeitado o intervalo, que pode ser de 48 horas para vacinas contra a gripe e para a vacina Coronavac contra covid. Para as demais vacinas contra a covid-19, o intervalo é de uma semana.
Para ajudar no reforço aos estoques de sangue do Hemorio, as empresas do setor de mobilidade do estado do Rio se uniram em parceria inédita, visando viabilizar a integração entre os doadores e o Instituto. Batizada de Rota Solidária, a ação faz parte do Junho Vermelho e será lançada nesta quarta-feira (14), Dia Mundial do Doador de Sangue. Integram a iniciativa as concessionárias MetrôRio, VLT Carioca, Semove e SuperVia, além da empresa de tecnologia 99. Juntas, essas empresas disponibilizaram 6.350 gratuidades para a campanha.
Para participar da Rota Solidária, os doadores devem se dirigir ao Hemorio e informar qual modal utilizaram para chegar ali. Eles receberão duas passagens para cobrir os gastos com o deslocamento. Caso decidam utilizar a 99, basta acessar o aplicativo e inserir o cupom SALVARVIDASRJ a fim de garantir 50% de desconto em até duas corridas para ir e voltar do Hemorio. O limite é de R$ 8 por viagem. Além disso, colocando a palavra "Salvar Vidas" na opção de destino do aplicativo, aparecerá o endereço direto do instituto. Ao todo, 5 mil vouchers serão disponibilizados.
A iniciativa conta ainda com o apoio da Rodoviária do Rio e do Riogaleão, cujos espaços serão utilizados para chamar a atenção dos visitantes que chegam à cidade. A expectativa da campanha é reforçar os estoques do Hemorio, atendendo mais de 25 mil pessoas e considerando que cada bolsa pode salvar até quatro vidas. Outras ações também estão previstas durante o mês, entre as quais o sorteio de ingressos para festas e distribuição de brindes aos doadores.
O diretor-geral do Hemorio disse que esta é a primeira parceria entre os modais, em todo o país, por uma boa causa. Amorim acredita que a Rota Solidária tem tudo para se tornar uma ação tradicional, "já que tem a cara do morador do Rio, sempre disposto a ajudar o outro". Para ele, a iniciativa poderá inspirar outras ações semelhantes pelo Brasil.
De acordo com informações do Hemorio, após a doação, a bolsa de sangue total é centrifugada e separada em três componentes: concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas e plasma. São realizados exames laboratoriais para determinação do grupo sanguíneo e para detecção de doenças transmissíveis pelo sangue. Depois desses exames, a bolsa de sangue é liberada para transfusão. O sangue é utilizado principalmente nas grandes emergências, que incluem acidentes de trânsito, ferimentos por armas, hemorragias agudas, entre outros, além de cirurgias e pacientes com doenças oncológicas e hematológicas. O Hemorio distribui sangue para mais de 200 hospitais públicos e conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS) do estado.
Cada pessoa tem, em média, cinco litros de sangue. É seguro doar, porque o material usado é estéril, descartável e de uso individual. Além disso, o doador passa por uma consulta, antes de doar, onde são avaliadas as condições clínicas. O organismo repõe o volume de sangue doado no mesmo dia. Para isso, o Hemorim recomenda beber bastante líquido.
O sangue tipo O Negativo é considerado "universal" porque pode ser transfundido em qualquer pessoa, salvo em raríssimos casos. É o sangue que salva nas situações de emergência. No Brasil, apenas 5% da população têm esse tipo sanguíneo. Por isso, os hemocentros encontram muita dificuldade em manter estoques regulares desse tipo de sangue.