O espetáculo pantaneiro Guadakan sai de Mato Grosso do Sul pela primeira vez e estreia nesta quinta-feira (22) no Rio de Janeiro, para duas apresentações gratuitas no Teatro Odylo Costa, filho, da Universidade do Estado (Uerj).
"Esse espetáculo, em especial, surge a partir do momento em que vivemos as queimadas no Pantanal. A gente não respirava. A partir disso, procuramos histórias para falar dessa questão espiritual da região. Então, encontramos esse mito Guadakan, que é o espírito do Pantanal e, dentro desse mito, na história, conta-se que, na verdade, um menino matou o grande deus. O que a gente está querendo dizer é que quem está matando o Pantanal somos nós, seres humanos. Nós não entendemos ainda essa relação de sustentabilidade". Segundo Márcia, a peça retrata o desprezo das pessoas pela região e faz um grande alerta no final. "Estamos falando não só do nosso bioma, mas de uma questão global".
O Instituto Moinho Cultural Sul-Americano atende, em média, a 500 crianças. Esta é a primeira vez que a OCAMP traz um maestro formado pela organização. A Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) é grande parceira na formação dos músicos. Dois estagiários – um menino de 12 anos e uma menina de 14 – estreiam na orquestra, nas apresentações no Rio de Janeiro, bem como dois bailarinos de 17 e 18 anos, que atuam na Companhia de Dança do Pantanal. "Estão treinando para fazer parte, um dia, da orquestra e da companhia", afirmou a diretora executiva. Como o Moinho Cultural trabalha com a fronteira brasileira, há um argentino no balé clássico e dois bolivianos na orquestra, nesse espetáculo.
O Instituto Moinho Cultural Sul-Americano atende, em média, a 500 crianças. É uma organização da sociedade civil (OSC) que oferece há 18 anos, para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social de Corumbá (MS), Ladário (MS), Puerto Suarez e Puerto Quijarro (situadas na fronteira do Brasil com a Bolívia), aulas de dança, música, tecnologia e informática. A formação continuada oferecida pela instituição tem duração de até oito anos. O instituto tem como missão diminuir a vulnerabilidade social na região de fronteira Brasil-Bolívia, por meio do acesso a bens culturais e tecnológicos. Mais de 23 mil crianças e adolescentes já foram atendidos pelo Moinho.