Há dois meses de completar um ano da morte de Mahsa Amini – jovem que morreu após ser levada pela polícia da moral por não estar usando o véu corretamente – a polícia do Irã anunciou neste domingo, 16, que retomou as patrulhas para punir o número cada vez maior de mulheres que não usam o véu em locais públicos.
Há dois meses de completar um ano da morte de Mahsa Amini – jovem que morreu após ser levada pela polícia da moral por não estar usando o véu corretamente – a polícia do Irã anunciou neste domingo, 16, que retomou as patrulhas para punir o número cada vez maior de mulheres que não usam o véu em locais públicos. “A partir de hoje, a polícia – em patrulhas de carro e a pé – vai alertar e punir as pessoas que, infelizmente, desobedecem às ordens e continuam desrespeitando o código de vestimenta”, afirmou o porta-voz da polícia, Said Montazeralmahdi, citado pela agência Tasnim. Nos últimos dias, fotos e vídeos publicados nas redes sociais mostram policiais de xador multando e detendo mulheres que não usavam o véu. O jornal reformista Shargh informou neste domingo que quatro mulheres foram condenadas recentemente a “frequentar aulas de psicologia e a limpar hospitais”. Também foram proibidas de dirigir por dois anos.
Acusada e criticada pelos manifestantes, a polícia da moral havia desaparecido da maioria das ruas iranianas nos últimos meses e cada vez mais mulheres saíam de casa sem o véu, em particular em Teerã e nas grandes cidades. Desde o início do ano, a autoridades adotaram uma série de iniciativas, que vão do fechamento de estabelecimentos comerciais, principalmente restaurantes, até a instalação de câmeras para localizar as pessoas que desafiam a proibição.
O anúncio acontece 10 meses após a morte, em 16 de setembro de 2022, da curda iraniana Mahsa Amini, que tinha apenas 22 anos e foi detida pela polícia da moral sob a acusação de ter violado o código de vestimenta da República Islâmica, que obriga as mulheres a usar o véu em público. A morte de Mahsa Amini desencadeou um grande movimento de protesto, com manifestações em várias cidades em outubro e novembro. Centenas de pessoas, incluindo integrantes das forças de segurança, morreram nos confrontos e milhares de foram detidas. Sete homens foram executados depois que foram condenados por sua participação no movimento.
*Com informações da AFP