Neri Geller foi indiciado pela Polícia Civil sem ser ouvido, pois não compareceu a diversas tentativas de ser interrogado pelo delegado
O ex-deputado federal Neri Geller (PP-MT) foi indiciado pela Polícia Civil de Mato Grosso sob acusação de crime de "provocar aborto sem consentimento da vítima".
O relatório com o indiciamento do ex-parlamentar foi entregue à Justiça de Mato Grosso no dia 22 de dezembro de 2022 assinado pelo delegado Cley Celestino Batista, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá.
O caso envolve uma ex-namorada de Neri Geller.
A engenheira N.P.R denunciou o caso à Polícia Civil em 2021, afirmando ter sofrido agressões e perseguições por parte do ex-deputado que exigia que ela fizesse um aborto de um filho que ela supostamente estava esperando do ex-deputado.
Neri foi indiciado sem ser ouvido pela Polícia Civil.
Ele não compareceu a diversas tentativas de ser interrogado pelo delegado, que fez a chamada "qualificação indireta", quando o investigado não é encontrado para ser ouvido.
O advogado de Neri chegou a requerer que, por ser deputado à época, deveria ser ouvido por e-mail, o que foi negado pelo delegado responsável pelo caso.
Em março passado, a promotora Elisamara Sigles Vodonós Portela, do Núcleo das Promotorias de Justiça Especializadas no Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital, requereu que a vítima seja intimada a fim de informar qual/quais os laboratórios ou clínica médica/imagens comprovou-se efetivamente a gravidez, com data e localização.
Após a oitiva, o indiciamento deve ser analisado pelo Ministério Público que poderá ou não denunciar o ex-deputado.
O caso corre na 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Cuiabá.