O Sesc Belenzinho, na capital paulista, abriu as portas nesta quarta-feira (2) para o público conhecer as obras de 240 artistas negros, reunidas na exposição de arte afro-brasileira mais abrangente já feita no país.
A exposição adota um sistema de organização que desobedece as linhas cronológica, de estilo e linguagem. No lugar disso, agrupa as obras em sete núcleos: Romper, Branco Tema, Negro Vida, Amefricanas, Organização Já, Legitima Defesa e Baobá, que fazem alusão a importantes intelectuais negros, como Beatriz Nascimento, Emanoel Araújo, Guerreiro Ramos, Lélia Gonzales e Luiz Gama.
A seleção exigiu minúcia do corpo curatorial na etapa de pesquisa. Após a concepção da ideia, em 2018, assumiram a curadoria Hélio Menezes e Igor Simões. Em 2022, o projeto passa a ter como curadores geral e adjuntos Simões e Marcelo Campos e Lorraine Mendes.A equipe identificou nomes das artes visuais tanto nas capitais do país como no interior. Para isso, fez pesquisas in loco em todas as regiões do Brasil, com a participação do Sesc em cada estado.
Para selecionar o que pode expressar a presença negra na arte brasileira e com que o público teria contato, os curadores garimparam obras de coleções públicas e particulares, além de ateliês e portfólios. A busca também se converteu em atividades públicas, como palestras e leituras de portfólio, transcendendo a exposição em si.
Outro fruto do trabalho dos curadores foi um programa de residência artística online, chamado Pemba: Residência Preta, que contou com mais de 450 inscrições. Ao todo, 150 artistas foram convocados para participar e receber orientações de Ariana Nuala (PE), Juliana dos Santos (SP), Rafael Bqueer (PA), Renata Sampaio (RJ) e Yhuri Cruz (RJ).
Local: Sesc Belenzinho