A Marina da Glória, na zona sul do Rio de Janeiro, recebe até este sábado (5) o Festival de Robótica Off Season.
Os times são avaliados pelos diversos recursos que utilizam para modelagem, construção e programação das máquinas. Projetos sociais para levar ciência e tecnologia à comunidade, gestão financeira e marketing das equipes, que funcionam como empresas, também são critérios de avaliação.
Na categoria F1 in Schools, projeto educacional da Fórmula 1, os estudantes montam escuderias, com 3 a 6 integrantes, e constroem um carro em miniatura, réplica dos carros oficiais de corrida, mas impulsionados por um cilindro de CO2. Os carros chegam a 80 km/h em uma pista de 24 metros. As equipes também montam um plano de negócios e de marketing para promover a escuderia.
O piloto da categoria F1 e engenheiro de design Aléfe Amaral, da equipe Nitro Needles, de Valinhos (SP), contou à Agência Brasil que a equipe veio com um carro novo para esta competição. "Adicionamos um halo (peça localizada no cockpit similar aos carros de Fórmula 1), que diminui muito a aerodinâmica do carro. Não tínhamos muita expectativa de ter um bom desempenho, mas se mostrou bom na pista." Segundo Amaral, essa modificação será obrigatória para o próximo ano.
Maria Eduarda, engenheira da Equipe Takion, da cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, tem como função melhorar o desempenho do carro. Ela conta que sua primeira competição foi este ano, em Brasília. "Nós trabalhamos toda a aerodinâmica para conseguir fazer o carro ser o mais veloz possível. Temos a expectativa de nos superarmos neste torneio."
Na categoria First Tech Challenge (FTC), os estudantes constroem e programam, a partir de um kit básico e diferentes materiais, robôs de até 19kg, que precisam realizar uma série de atividades, como carregar blocos e empilhar cones. Eles também apresentam portfólio de engenharia para detalhar a criação e o funcionamento dos robôs.
Augusto Lopes, da Equipe Tech Fenix, na categoria FTC, de São Gonçalo, município na região metropolitana do Rio de Janeiro, contou que é a primeira temporada da equipe. "Mas a gente participou de dois amistosos, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Tínhamos somente 10 dias de equipe e conseguimos construir um robô. A gente conseguiu dois prêmios".
A categoria First Robotics Competition (FRC) é semelhante à FTC, porém mais complexa, porque os robôs são de porte industrial e chegam a 56 kg e 2 metros de altura. Estes também precisam realizar atividades na arena, como se equilibrar em uma plataforma.
A capitã da PotBot 9048 (FRC), Natália Emily, revelou que a equipe teve um dia muito difícil nesta quinta-feira, porque faltou energia para o carregamento das baterias. A equipe, fundada em 2020, é de São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte.
"Nosso robô foi prejudicado nos treinos, mas hoje, na primeira partida a gente chegou renovado. Nosso robô executou todas as tarefas para que foi programado e isso foi uma recompensa enorme".
O diretor de Operações do SESI, Paulo Mol, afirma que a competição é uma fábrica de talentos.
"Com uma metodologia que aplica, na prática, conceitos de ciências, engenharia, tecnologia, design e matemática, o chamado STEAM, os alunos ganham conhecimento e habilidades técnicas e comportamentais que vão moldar os profissionais que eles serão no futuro, estamos construindo uma nova geração de engenheiros", defende Mol.
O festival é gratuito, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, aberto ao público das 9h às 18h, com entrada permitida até as 17h.
*Estagiário sob supervisão de Akemi Nitahara