A Orquestra Petrobras Sinfônica (OPS) e sua Academia Juvenil sobem pela primeira vez ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para um concerto conjunto, em comemoração ao Dia dos Pais, neste domingo (13), às 11h.
O maestro Tomaz Soares destacou o fato de os alunos apresentarem diversidade em origens, gêneros e credos, o que amplia a representatividade em cena. Entre os alunos da academia, 60% são pretos e pardos e 30%, mulheres, o que impacta de forma positiva no futuro da música de concerto, na avaliação de Soares. Ele é professor da Academia Juvenil da OPS desde 2012, quando ela foi criada.
A Academia Juvenil oferece, gratuitamente, um ciclo de estudo de dois anos a jovens oriundos de escolas de música e orquestras comunitárias, preparando-os para o teste de habilidade específica (THE), exigido dos músicos para o ingresso nas faculdades de música das universidades federais. No Rio de Janeiro, esses cursos são oferecidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
A coordenadora pedagógica da Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica, Monique Andries, considera que o concerto de integração demonstra a importância do projeto socioeducativo pelo qual passaram 150 alunos, desde sua criação. O projeto começou só com cordas e expandiu também para instrumentos de sopro e percussão. Atualmente, 29 alunos participam do ciclo de dois anos do projeto. A média de aprovação no THE alcança 97%. Mas, nos últimos três anos, tem atingido 100%, informou Monique à Agência Brasil. "Todos os academistas que fizeram o teste foram aprovados".
Para ingressar na Academia Juvenil da OPS, o interessado já tem que saber tocar um instrumento e entender de leitura de partitura. É exigido também solfejo (leitura cantada das notas musicais de uma partitura). É feita uma audição anual, geralmente em fevereiro. "As vagas dependem da necessidade que se tem a cada ano. A procura é muito grande. Eles passam por uma banca da OPS, composta de professores da academia, que selecionam os que estão mais avançados", explica o maestro Sammy Fuks.
A idade mínima é 15 anos e, a máxima, 20. "A gente pega esses alunos que estão querendo se profissionalizar e, principalmente, querendo entrar nas universidades de música federais", diz o maestro. Na academia, eles têm aulas de teoria e percepção musical e prática de orquestra. Os 29 alunos do projeto se dedicam ao aprimoramento dos seguintes instrumentos: violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, oboé, clarineta, fagote, trompete, trompa e percussão.
Com 48 anos de existência, a Orquestra Petrobras Sinfônica é uma das mais conceituadas do país. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se firmou como um ente cultural que expressa a pluralidade da música brasileira e transita por distintos estilos e linguagens. Seu diretor artístico e maestro titular é Isaac Karabtchevsky, um nome consagrado no panorama nacional e internacional.