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Antiga usina, no estado do Rio, vai virar assentamento do MST

Parte das terras da antiga Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, usada como local de incineração de corpos durante a ditadura militar, vai virar um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),O Incra aprovou a criação do projeto de assentamento na área desapropriada, que ficou em disputa por várias décadas.

Por Rede Vida Brasil

24/08/2023 às 05:30:17 - Atualizado há

Parte das terras da antiga Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, usada como local de incineração de corpos durante a ditadura militar, vai virar um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),

O Incra aprovou a criação do projeto de assentamento na área desapropriada, que ficou em disputa por várias décadas.

O assentamento vai ganhar o nome do líder do MST, Cícero Guedes, assassinado a tiros em 2013 em uma estrada rural, também em Campos dos Goytacazes.

As terras da Usina Cambahyba pertenciam à família de Heli Ribeiro Gomes, já falecido. Ele foi vice-governador do Rio, de 1967 a 1971, e teria uma relação de proximidade com o agente do Departamento de Ordem Política e Social do Espírito Santo (DOPS), Cláudio Guerra.

Em livro publicado em 2012, o ex-delegado afirma que o político permitiu o uso do forno da fazenda para a incineração de corpos de opositores à ditadura militar, mortos sob tortura. Os corpos de 12 militantes políticos teriam sido incinerados no local.

O historiador Lucas Pedretti, coordenador da Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, afirma que a narrativa de Claudio Guerra foi confirmada por perícia e também em condenação judicial do ex-delegado, em junho deste ano.

Lucas Pedretti destacou a importância de o assentamento receber o nome do líder Cícero Guedes, o que, segundo o historiador, mostra uma continuidade entre passado e presente, de um autoritarismo que persiste no país. Pedretti defendeu a criação de um espaço de memória no assentamento.

A dirigente do MST no Rio de Janeiro, Eró, afirmou que o anúncio do assentamento é um processo de reparação histórica da classe trabalhadora e do avanço da reforma agrária no estado.

De acordo com portaria publicada pelo Incra, 185 famílias serão assentadas no local.

Meio Ambiente A decisão foi do Incra já que a área está desapropriada Rio de Janeiro 23/08/2023 - 21:43 Jacson Segundo / Beatriz Albuquerque Fabiana Sampaio - repórter da Rádio Nacional MST quarta-feira, 23 Agosto, 2023 - 21:43 3:47
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