Essa é a história da minha amiga. De uma ex. De uma antiga amiga. De uma conhecida. Da prima da minha parceira. Mais uma amiga. Da conversa de bar que fiquei escutando na mesa ao lado. Da escritora que gosto. Da colega do antigo trabalho. Da influenciadora que eu acompanhava. Da mulher dos grupos de blog que eu participava lá em 2010, algo assim. E também é a minha.
Passei boa parte da vida acreditando que eu poderia ser tudo, menos lésbica. Aliás, lésbica era uma palavra que eu mal conhecia. Sapatão, sim. Maria-homem também. “Ela é aquilo” era algo que eu ouvia na infância para apontar na rua uma parente distante ou uma conhecida que, quando passava pela gente, o ideal era que desviássemos o olhar.
“Para de olhar pra isso”, diziam. “Ela é sapatão”.
LEIA TAMBÉMComo é ser lésbica de quebrada