Geral História em Quadrinhos

Bienal abre espaço inédito para quadrinistas independentes

Um espaço inédito, batizado Artists Alley, foi aberto nesta edição comemorativa dos 40 anos da Bienal do Livro do Rio de Janeiro e abriga quadrinistas independentes para que tenham contato direto com o público fã de histórias em quadrinhos e seus heróis.

Por Rede Vida Brasil

06/09/2023 às 16:12:22 - Atualizado há

Livro do quadrinista Rapha Pinheiro à venda no espaço Artists Alley na Bienal do Livro do Rio - Foto: Divulgação

Outro quadrinista independente conhecido é o carioca Rapha Pinheiro, que iniciou a carreira em 2014, com a publicação da webcomic Os Tomos de Tessa na plataforma digital Tapastic, atual Tapas. A HQ mistura elementos de ficção científica e mitologia egípcia. Para Rapha, é muito assertivo ter esse espaço na Bienal não só para pessoas que gostam de literatura conhecerem quadrinhos também, mas artistas locais que, muitas vezes, fazem sucesso lá fora e não são conhecidos do público brasileiro. "Acaba-se uma bolha. A gente acaba falando muito de HQ para quem gosta de quadrinhos e aborda um público novo que pode se tornar leitor de quadrinhos. Todo mundo ganha", afirmou à Agência Brasil. Ele disse que as vendas na Bienal estão muito boas.

Rapha começou publicando trabalhos na Inglaterra, e depois, na França, onde também morou, mas como trabalho acadêmico. Em 2021, publicou um quadrinho em uma plataforma digital francesa. Durante o mestrado, foi professor de HQ na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Foi muito legal". Na Bienal do Rio, ele está vendendo quadrinho lançado no final do ano passado, intitulado Ruas, que reúne quatro histórias do cotidiano do Rio de Janeiro, envolvendo pessoas que não se conhecem e que acabam sendo conectadas por intermédio de um gari de limpeza urbana.

No fim do ano, ele deve lançar uma história em quadrinhos infantojuvenil, feita em parceria com seus alunos. "É o primeiro quadrinho em que eu não faço tudo". Rapha escreveu o enredo, um aluno desenhou e uma aluna coloriu. Quando voltei da França, virei editor e abri uma escola. "Hoje tenho pouco tempo para fazer minhas histórias. Uma equipe é melhor". Pinheiro dá aulas atualmente na Escola de Comunicação e Design Digital, no Rio de Janeiro, e na Escola de Mídias Criativas, da qual é fundador, onde forma quadrinistas. "Começou presencial e virou online na pandemia da covid-19. Temos alunos do Brasil inteiro e até de fora do país. O legal da escola é que a galera publica histórias semestrais. No fim do ano, todos publicam um quadrinho. O cara sai [do curso] sendo, oficialmente, quadrinista."

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